Escolas da rede estadual do Pará realizam programações pelo mês da Consciência Negra

Pará

23.11.2022

O Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado no último domingo (20/11), é uma data que convida todos a refletir sobre a inserção da comunidade afrodescente na sociedade brasileira e foi escolhida por coincidir com a morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, um dos grandes líderes do movimento negro no Brasil. 

Para fortalecer a luta por igualdade de direitos e resgatar memórias da diversidade afro-brasileira, mais de 70 escolas da rede pública estadual promovem, durante todo o mês de novembro, atividades alusivas à causa. As programações são acompanhadas pela Coordenadoria de Educação para a Promoção da Igualdade Racial (Copir) da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

Na capital paraense, alunos da Escola Estadual Cabanagem desenvolveram o projeto “Valorizar a cultura africana, os hábitos, os costumes e os ensinamentos”, que prossegue até a próxima sexta-feira (25). A Escola Estadual Espírito Santo, trabalhou com seus estudantes a temática “Fortalecendo a identidade negra no ambiente escolar”. 

Já em Bragança, município da região nordeste paraense, sete espaços de aprendizagem da Seduc realizam atividades com o olhar mais atento às suas origens. “A cultura africana e afrobragantina”, “Negritude: verdades e inverdades do preconceito racial” e “Territorialidades bragantinas: nossas ancestralidades afro-indígenas”, são alguns dos trabalhos. 

Respeito - A secretária de Estado de Educação, Elieth de Fátima Braga, destacou que a escola tem papel fundamental nesse processo de conscientização e respeito à diversidade, devido à capilaridade e alcance em todos os municípios paraenses. Ela disse ainda que, trabalhar temáticas de forma transversal como o combate ao racismo ou qualquer tipo de diferença, é algo que deve estar presente na essência do processo educacional.

“A educação tem que ter como premissa o trabalho contra qualquer tipo de preconceito, qualquer tipo de assédio, qualquer atitude que deprecie as pessoas. Não podemos ser reconhecidos como melhores ou piores pela nossa cor, pelo nosso cabelo e devemos valorizar o ser humano em si. Portanto, vamos continuar trabalhando na perspectiva da valorização da diversidade e é isso que a educação trabalha enquanto valores para formar cidadãos”, ressaltou a titular da Seduc.

Reconhecimento - De acordo com o Banco Mundial, um em cada quatro latino-americanos se identifica como descendente de africanos, o que representa cerca de 133 milhões de pessoas. Eles estão presentes em todos os países do continente, mas a maior concentração está no Brasil, onde metade da sua população, o equivalente a 105 milhões de pessoas se identifica como negro ou pardo.

Segundo o titular da Copir, Amilton de Sá Barreto, a nossa responsabilidade da Seduc é atender ao que institui as diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações etnico-raciais, para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. “O caminho é formar nossos professores, levar até eles conteúdos e, para além disso, possibilitar o acesso a toda uma rede de conhecimento, através de materiais didáticos, sites, títulos literários que contribuem para o aprimoramento desses educadores”.

Amilton disse, ainda, que “esse é o caminho para que a gente torne essa sociedade mais equânime, no que tange a desigualdade racial em nosso país. Para que de fato consigamos formar uma Consciência Negra na cidadania brasileira”, complementou o dirigente.