Escola quilombola aproveita as festas juninas para abordar a cultura afro-brasileira

Tocantins

23.06.2025

Os professores do Colégio Estadual Marechal Costa e Silva, localizado em Muricilândia, inovaram na festa junina da escola e criaram uma ala de frente para apresentar a quadrilha que, neste ano, ganhou o nome de “Sangê”. Um grupo de educadores apresentou uma dança que lembra a luta dos africanos que foram retirados de seus países para serem escravizados em nações desconhecidas.

O nome da quadrilha “Sangê” é uma palavra que remete às raízes ancestrais, com raízes nas línguas africanas como iorubá, kimbundu e umbundu, como explicou o professor Luis Felipe de Lima, da área de Ciências Humanas. Fizeram parte da comissão especial servidores da área de Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas e uma pessoa que trabalha nos serviços gerais.

 “Essa abertura foi pensada para mostrar a nossa verdadeira história, trazendo um enredo baseado no nosso contexto histórico e ancestral. Apresentamos a importância de reconhecer nossas origens, conectando a trajetória do navio negreiro com as quadrilhas que celebramos nos dias atuais”, esclareceu o professor Luis Felipe.

Como a instituição de ensino é uma escola quilombola, temas sobre história, cultura dos povos afrodescendentes são trabalhados na escola com atividades de rotina, o ano inteiro.

A professora de Matemática, Silvana Rodrigues Ferreira, que fez parte da comissão de dança, destacou a importância do trabalho. “Acredito que essa atividade representa nosso contexto histórico de luta e resistência e um sentimento de pertencimento das minhas raízes. Eu sou negra e sofri muito racismo na minha infância e na apresentação me senti representada”, frisou.

E assim, a escola utilizou as festas juninas para lembrar a trajetória dos povos africanos e promover a reflexão em toda a comunidade.

Edição: Ana Luiza da Silva Dias/Governo do Tocantins

Revisão Textual: Liliane Oliveira/Governo do Tocantins

Joselia de Lima/Governo do Tocantins