Escola Mankraré de Itacajá é premiada pela CGU por promover debates de reflexão com a comunidade escolar, família e sociedade

Tocantins

14.03.2023

Com o tema “Conversando a gente se entende”, a Escola Estadual Indígena Mankraré/Extensão Porteira, localizada na Aldeia Porteira, no município de Itacajá, pertencente à Diretoria Regional de Educação de Pedro Afonso, ganhou o prêmio do “12º Concurso de Desenho e Redação” promovido pela Controladoria Geral da União (CGU), que tem como objetivo principal promover reflexão e despertar o interesse a respeito do controle social, ética e cidadania nos diversos ambientes como família, escola e sociedade.

A solenidade de entrega da premiação ocorreu na manhã desta terça-feira, 14, no Auditório da Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins, na Praça dos Girassóis em Palmas. O Concurso de Desenho e Redação, da CGU, é de caráter exclusivamente cultural e recreativo, sendo a participação voluntária e desvinculada da aquisição de qualquer bem, serviço ou direito. A escola recebeu certificado e um notebook.

Para o coordenador do Núcleo de Ações de Ouvidoria e Prevenção contra a Corrupção da CGU – Tocantins, Eder Lucinda Pereira, o concurso contribui para o desenvolvimento da comunidade escolar. “A ação ajuda a desenvolver o trabalho com a ética e a cidadania na comunidade escolar e, na perspectiva da comunidade indígena, tem tudo a ver com o tema do concurso, com as práticas realizadas”, destacou o coordenador.

Conforme o superintendente Regional Substituto da CGU – Tocantins, Leandro da Cruz Alves, a ação permite que o estudante reflita sobre cidadania. “É um concurso que ocorre no país uma vez por ano e incentiva as crianças a pensarem sobre cidadania, que é um tema que parece ser de discussão apenas dos adultos. Entretanto, ele está presente em todos os espaços e quando trabalhado dessa forma, fica fácil de ser compreendido”, pontuou.

A coordenadora e professora Ivonete Pereira de Brito, responsável pela mobilização na comunidade escolar para o desenvolvimento das ações do concurso na aldeia Porteira, conta que foi gratificante trabalhar com os estudantes para participarem do processo. “Recebemos todas as informações sobre as regras do concurso. Assim nos reunimos com os professores e eles fizeram as produções. Entre as ações desenvolvidas estão produção de cartazes com imagens da CGU e rodas de conversas. Estou feliz porque podemos mostrar que aqui se faz educação, trabalhando com nossa comunidade”, ponderou.

Para a professora Anne Ihrêe Krahô, que trabalha com o 1º e 2º ano do ensino fundamental, o momento é de felicidade. “As atividades realizadas na comunidade foram desenvolvidas com carinho. Nós ficamos muito felizes em saber que ganhamos o prêmio. É a única escola indígena que ganhou, pelo que estou sabendo. Estamos muito felizes em receber a equipe da Secretaria da Educação em nossa aldeia”, pontuou.

Na comunidade Porteira, quem demonstrou contentamento pela vitória na premiação foi também o líder Nivaldo Kénkróc. Para ele, a felicidade é de todos da comunidade. “O prêmio é interessante não só para mim, mas para toda a escola. Sabemos que é muito difícil conseguir um emprego para quem não tem estudo. Eu quero que a cada dia o bem aconteça”, afirmou.

A professora do 3º e 4º ano do ensino fundamental, Edileuza Pytkwýj Krhaô, comenta as ações realizadas. “Nós produzimos desenhos, conversamos com o pessoal no pátio e nas ruas da aldeia, caminhamos por toda a aldeia e encerramos as ações com uma roda de conversa”, afirmou.

O professor Walter Abreu Orlando Krahô, que trabalha com estudantes a partir do 6º ano do ensino fundamental até a 3ª série do ensino médio, fala da importância do prêmio para a comunidade. “É importante pelo conhecimento adquirido durante a realização dos trabalhos, lembrando que essa foi a primeira vez que participamos e foi uma honra ganhar, o que não foi muito fácil. A comunidade toda está feliz”, comentou.

Já o estudante do 7º ano do ensino fundamental, Armando Karó Krahô, fala de qual parte das ações ele mais gostou de participar. “Gostei mais das rodas de conversas, porque podemos compartilhar conhecimentos com os colegas”, destacou.

A comunidade indígena da aldeia Porteira reuniu-se para comemorar a premiação, momento de muita alegria e agradecimento com a realização de apresentação cultural em que a liderança indígena Nivaldo Kénkróc cantou juntamente com os estudantes e comunidade.

Abrão de Sousa/Governo do Tocantins