Distrito Federal
07.06.2021Comunidade de Aprendizagem do Paranoá é exemplo na busca por uma educação de excelência e conectada ao século XXI.
Espaços amplos e funcionais foram criados para estimular a aprendizagem. Foto: Vladimir Luz e Tiago Oliveira | Ascom/SEEDF
Imagine uma escola onde a comunidade participa das decisões; onde valores como respeito e autonomia são praticados dia a dia; onde o próprio espaço da escola é criado para facilitar a aprendizagem. Imaginou? Pois ela já existe. A Escola Classe Comunidade de Aprendizagem (EC CAP), do Paranoá, atende estudantes da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental.
Segundo a diretora Renata Resende, a CAP propõe novas formas de aprendizagem. Princípios e valores como a amorosidade e a responsabilidade são estimulados por todos. A proposta ainda contempla uma nova forma de participação da escola na comunidade e da comunidade na escola.
No episódio do podcast EducaDF desta semana, conversamos sobre a proposta ousada da Comunidade de Aprendizagem, no Paranoá, que busca a autonomia dos estudantes e a participação da comunidade nas decisões escolares. Ouça o episódio nas plataformas de áudio.
Um sonho possível
Na EC CAP a comunidade participa das decisões da escola. Foto: Vladimir Luz e Tiago Oliveira | Ascom/SEEDF
Ainda de acordo com Renata, a proposta nasceu do desejo de professores que já atuavam na Secretaria de Educação do DF (SEEDF) e buscavam novas formas de promover uma educação de qualidade. “A gente lidava todos os dias em sala de aula com a evasão escolar e a desmotivação dos estudantes. Pesquisamos outras formas de trabalho e, nessa busca, recebemos o apoio do professor José Pacheco, que é um dos fundadores da Escola da Ponte, e do Fórum Autonomia, da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília”, afirma a diretora.
A Escola da Ponte é uma unidade escolar pública, em Portugal que, desde 1976, propõe mudanças radicais como a não adoção de séries e a valorização de temas que estimulem cada estudante, mas de maneira solidária. Ou seja, eles se ajudam entre si.
Adriana Marques Monteiro, mãe de duas crianças que frequentam a EC CAP, é só elogios para a unidade escolar e afirma que a experiência não poderia ser melhor. “Mesmo na pandemia, a escola, gestores e professores têm dado apoio às famílias. Eles se preocupam se estamos bem”, diz.
As aulas mediadas por tecnologia não têm impedido a realização dos projetos escolares. Os mais recentes contemplam um sarau com a presença da artista Martinha do Coco, moradora do Paranoá e uma representante da cultura popular, e uma roda de conversa das crianças com uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do Paranoá.
De acordo com o professor Mateus Fernandes de Oliveira, “estar em um espaço educacional como a CAP é uma forma de significar a vida e ressignificar o fazer educacional”, pondera.
Na prática, como funciona?
Renata recorda que, durante uma ida à biblioteca com o educador, as crianças encontraram um parquinho quebrado. Elas voltaram para a escola pensando em como poderiam ajudar a consertá-lo. A partir dessa situação foi construído um projeto e, entre outras ações, os estudantes escreveram uma carta e levaram pessoalmente ao coordenador da Regional de Ensino do Paranoá. O resultado é que o parquinho foi reformado. “Priorizamos a metodologia de trabalho de projetos. A ideia é que os nossos projetos ampliem o conhecimento e o diálogo com o espaço em que vivem“, afirma Renata.
Por Aldenora Moraes | Ascom/SEEDF