Escola Estadual de Junqueiro completa 70 anos dedicados à educação pública

#Educação

22.11.2022

Joyce Andrea, sob supervisão da Ascom Seduc
 

A Escola Estadual Padre Aurélio Góis, em Junqueiro, completa 70 anos de vida dedicada à educação e formação de cidadãos. A unidade de ensino, que nos últimos anos foi contemplada com programas da Secretaria de Educação do Estado (Seduc), como o Meu Transporte Novo e recursos para revitalização do colégio, celebrou a data com testemunhos de ex-alunos. 

Fundada em 1952, pelo padre Aurélio Góis, a escola surgiu com o compromisso de se tornar uma ferramenta de transformação social na cidade. “A escola celebra 70 mantendo o compromisso de dar continuidade ao legado de seu patrono, Padre Aurélio, que lutou fielmente pela alfabetização de crianças, jovens e adultos na região”, disse a gestora geral da escola, Maria Aparecida Barbosa, gestora foi aluna da unidade na década de 80 e retornou em 1999 como professora.
 

Muito antes da fundação da escola, o sacerdote ministrava aulas para a população em uma escola improvisada dentro de uma casa. Com o tempo, o local se tornou a primeira escola pública do município, batizada como Escola do Campo. E em meados de 1950, o Governo de Alagoas iniciou a construção da escola estadual e a batizou de Grupo Escolar Padre Aurélio Góis, em homenagem ao padre que já havia falecido.


 

ENSINAR A SONHAR

Numa realidade rural e de poucas oportunidades, a escola atua como peça fundamental da educação básica no município ao ser a única instituição de ensino médio, o que a torna reconhecida por introduzir os jovens na universidade. A gestora aponta que esse é o maior compromisso da escola. “A partir do ano de 2010 que a escola começou a colocar efetivamente as pessoas na faculdade. Neste ano, nós colocamos 57 estudantes direto na Universidade Federal de Alagoas. Isso é mais que ensinar o currículo base, é também ensinar a sonhar,” pontuou a gestora conhecida como Cida.


 

Outro prodígio da escola é o ex-aluno Artur Vieira da Silva, que atualmente é professor efetivo na escola há mais de oito anos. Sempre dedicado aos estudos e aficionado pelas ciências exatas, Artur, a exemplo de Jéssica, teve influência direta de seus professores na escolha de sua carreira. Hoje ministrando a disciplina de Química, o educador fala com satisfação sobre o orgulho de ter enquanto colega de profissão sua ex-aluna.


“É uma responsabilidade muito grande porque todo professor se espelha em algum professor, costumamos dizer isso. Mas também é como se fosse um combustível pra gente, né? Saber que nós inspiramos os alunos. Então é um sentimento de muita gratidão, de poder alcançar esses alunos e poder ver cada um crescendo em suas profissões”, contou Artur.

 


HERANÇA AURELIANA

Além da gestora, a escola influenciou na história de vida pessoal e profissional de diversas pessoas, que hoje trabalham na unidade com o compromisso de impactar cada vez mais estudantes, para que os jovens do município possam ter novas perspectivas de futuro. A ex-aluna e mais nova professora de Biologia da unidade, recém-aprovada no concurso da Seduc, Jéssica Emily S. Silva, é um exemplo disso. Ela concluiu o ensino médio na escola em 2015, foi direto para a universidade, e regressou para a escola como professora após ser aprovada no concurso da Educação realizado em 2021.
 

Com apenas 24 anos, a jovem professora conta como as suas vivências na escola foram fundamentais para a sua escolha profissional. “Não me vejo de outra forma a não ser estudando, foi algo que nasceu comigo e fui cultivando dentro da escola. Quando entrei aqui no ensino médio, comecei a perceber que o ambiente escolar para mim era mais do que a obrigação, era na verdade uma motivação. Então eu realmente me dedicava e, por causa disso, sempre criei muita amizade com os professores porque eu enxergava neles uma inspiração”, relatou Jéssica.


Ela ainda conta que tinha planejado cursar medicina e ao longo do ensino médio descobriu a sua paixão pela educação. “Eu gostava de medicina por causa da área das ciências biológicas e percebi que na verdade eu poderia ter aquele amor que tinha pelas biológicas de outra forma, que era ensinando. E quando eu entrei na faculdade, já fui com a convicção de que não queria apenas ser uma simples professora, mas a melhor professora que eu poderia ser, porque vejo nesses jovens o meu eu do passado e, assim como os meus professores foram fundamentais, eu também quero ter um papel fundamental na vida deles e contribuir para que eles sejam melhores pessoas no futuro,” destacou a professora.