Ensino técnico retoma atividades práticas presenciais

Educação Profissional

12.05.2021

Colégios de Educação Profissional de todo o estado estão retomando gradualmente as atividades práticas presenciais dos cursos técnicos. Esse retorno acontece ao mesmo tempo da volta das aulas presenciais em 200 colégios estaduais, mas não está condicionado a ela e acontece mesmo em instituições de ensino que não integram esse grupo inicial de 200 escolas. Muitos dos centros de ensino técnico, a propósito, têm aulas práticas presenciais e aulas teóricas remotas.

No CEEP (Centro Estadual de Educação Profissional) Newton Freire Maia, em Pinhais, os alunos dos cursos de Agropecuária e de Meio Ambiente já podem, desde a última quinta-feira (6), participar de atividades práticas como aulas de campo na fazenda-escola, visitas técnicas e aulas em laboratório. “Nesse retorno das aulas práticas, nós optamos por priorizar as aulas de campo, que ocorrem ao ar livre. Então, os alunos têm menor proximidade entre si e não ficam em ambientes fechados”, relata Luciene Soares, coordenadora do curso de Meio Ambiente.

Em uma das aulas práticas, os estudantes fizeram uma trilha até a Represa do Iraí e discutiram, ao longo do caminho, temas como os impactos causados pela construção da represa e as licenças necessárias para construí-la. “Foi nítido o entusiasmo deles na aula, além do aprendizado”, afirma Luciene.

Atividades na fazenda-escola — Outras atividades realizadas pelos alunos do CEEP Newton Freire Maia incluem o preparo e a correção do solo com trator agrícola, a preparação de canteiros para horticultura e o manejo de animais como porcos, ovelhas, coelhos e galinhas. Os estudantes são responsáveis, por exemplo, pela alimentação, medicação e avaliação do estado físico dos animais. “Essas atividades foram organizadas com professores fora do grupo de risco, e os alunos foram divididos em pequenos grupos, de 5 a 11 pessoas, que tiveram a autorização dos pais”, diz o coordenador do curso de Agropecuária, Carlos Roberto de Azevedo.

A diretora pedagógica da instituição, Ana Paula Querubim Andrades, conta que, embora haja muita expectativa e empolgação dos alunos e dos professores para as aulas presenciais, foi preciso ter paciência para planejar o retorno. “É uma experiência nova, então, estamos indo com calma. Tudo precisa ser organizado para mantermos a segurança”, comenta.

Curso de Florestas — No CEFEP (Centro Estadual Florestal de Educação Profissional) Presidente Costa e Silva, em Irati, os alunos dos cursos de Florestas e de Agronegócio também puderam participar de aulas práticas. Algumas das atividades realizadas na fazenda-escola são a medição do nivelamento do terreno, manejo de solo e viveiro florestal, além da silvicultura, que inclui técnicas para preservação e melhora do crescimento de diferentes espécies florestais.

“Os alunos estudam toda a cadeia produtiva da madeira, e esse aprendizado depende de muita prática. Ela é importante para o desenvolvimento do futuro técnico”, argumenta Mariane Pierin Gemin, diretora-geral do CEFEP. A estudante Camila Tais Basniak (16), que cursa o 3º ano do curso técnico em Florestas, também considera positivas as aulas de campo. “A gente relembrou o que aprendeu nas meets [aulas virtuais] e trouxe para a prática”, conta. “Tivemos aula de mecanização [florestal], então, a gente teve contato com a motosserra. Depois que pegamos ela, já passamos álcool em gel. Todo mundo seguiu as orientações.”

Desde terça-feira (11), as atividades presenciais no CEFEP Presidente Costa e Silva foram suspensas devido a um decreto municipal (315/21) que limita a circulação de pessoas, visando minimizar a contaminação pelo novo coronavírus. As aulas práticas presenciais devem ser retomadas com o fim do decreto, previsto para 25 de maio.