Ensino remoto é alternativa para alunos da rede estadual do Pará

Tecnologia

16.07.2020

Manter os alunos com uma rotina básica de estudos tem sido um grande desafio para as escolas da rede estadual de ensino, desde a suspensão das aulas presenciais, em 18 de março. Tudo isso ocorreu por conta da pandemia do novo coronavírus. Quatro meses depois, diretores, professores e alunos avaliam as diversas alternativas encontradas para amenizar o efeito da pandemia na educação pública estadual.

A garantia da alimentação escolar, a formação dos professores e as estratégias pedagógicas desenvolvidas neste período compõem o movimento 'Todos em Casa pela Educação', criado pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc) para garantir ao aluno o direito mínimo à aprendizagem mesmo no isolamento social. 

O uso da tecnologia e da criatividade têm sido o principal desafio para a maioria dos profissionais da educação na busca pela aproximação com os alunos. Segundo a titular da Seduc, Elieth de Fátima Braga, o movimento foi a forma encontrada para dar continuidade ao processo de aprendizagem do alunado, pautado na utilização de ferramentas digitais e atividades offline.

“Visando dinamizar o trabalho pedagógico do corpo docente, a Seduc proporcionou vários cursos de formação, entre eles o curso de utilização de ferramentas digitais em sala de aula, além de tantas outras iniciativas. Com isso, reiteramos o compromisso do governo do Estado de ofertar a todos a qualidade na educação, independentemente do momento que estamos vivendo”, afirma.

A primeira ação do movimento foi a transmissão das videoaulas pela TV Cultura, uma opção aos estudantes e um desafio aos professores que tiveram de se reinventar com o auxílio da tecnologia. “É emocionante atuar nesse projeto, o governo democratizou o acesso, possibilitando aula de qualidade, inclusive a alunos das áreas mais distantes. Sou de uma área rural, em Óbidos, e sei o quanto é difícil levar educação para essas regiões”, diz o professor de Biologia, Clebis Sombra, um dos muitos professores que aceitaram compor a equipe que transmite as videoaulas pelos estúdios do Sistema Educacional Interativo (SEI), desde o dia 30 de março. 

“É uma forma inovadora de aprendizado que tem me ajudado bastante a estudar durante toda essa quarentena, sinceramente eu estou gostando muito”, garante Rian Filho, aluno do 9° do Ensino Fundamental da Escola Nuremberg Borja de Brito, no bairro da Terra Firme, em Belém.

Para Casa e SeduCast 

As videoaulas são auxiliadas pelo “Para Casa”, link acessado no site da Seduc com as atividades semanais para alunos a partir do 4º ano do Ensino Fundamental. Outra ferramenta criada, o SeduCast Pará, já alcançou a marca de 1.639 acessos. Os áudios contêm atividades pedagógicas que permitem a atualização do conhecimento do aluno e discussão sobre temas variados.

Quem acompanha semanalmente os podcasts com as dicas é a aluna Isis Gabrielle Farias, do 3º ano, da Escola Visconde de Souza Franco. A jovem de 18 anos afirma que as explicações dos professores fazem ela relembrar do conteúdo ministrado em sala de aula. "Os professores sempre dão dicas e indicam seus canais, as vezes eles relembram temas de algumas matérias. Sempre puxo pra fazer uma revisão", explica a estudante. 

Compêndios e atividades estruturantes

A Seduc passou a disponibilizar cadernos de atividades online e impressas para crianças e jovens. As equipes técnicas da Seduc e das escolas produzem o material e repassam aos alunos. Com a ajuda dos professores e das famílias, as atividades pedagógicas são entregues aos estudantes e depois devolvidas para avaliação da aprendizagem. “Nós, professores, tivemos de fazer um redirecionamento, esses cadernos visam contemplar as atividades do calendário escolar e preparar os alunos para a prova de avaliação”, explica a professora Josilma Barbosa.

A comunidade escolar abraçou as atividades. “Fazer parte da história dessa criança é maravilhoso, está sendo um desafio, mas ouvir as respostas dos alunos é muito gratificante”, afirma a professora Shyley dos Santos.

Edvanici Sousa, mãe da aluna Maria Pimentel, do 4º ano, diz que com a suspensão das aulas, ficava preocupada com o distanciamento da filha com os estudos. “Essa iniciativa da escola faz com que a minha filha não fique atrasada nos estudos”, comenta.