Alagoas
30.04.2019Texto de Manuella Nobre
Após o sucesso do programa de robótica, mais uma novidade associando tecnologia à educação chega positivamente às escolas da rede pública estadual em Alagoas: o ensino híbrido. A metodologia, que faz um mix entre o presencial e o on-line, associando os recursos tradicionais às tecnologias, vem sendo apresentada e tem dinamizado os estudos e garantido mais aprendizado.
Pouco a pouco os professores vêm sendo formados pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc), por meio da equipe do Espaço de Formação e Experimentação em Tecnologias para Professores(Efex), localizado no Cepa, cujo espaço propõe a criação e compartilhamento de práticas pedagógicas inovadoras mediadas pela tecnologia e foi o segundo do país a ser construído.
De acordo com o coordenador do Efex, Ednaldo Firmino, desde a inauguração, em janeiro de 2018, as formações vem acontecendo e os docentes a cada dia estão mais inteirados e satisfeitos com a associação das tecnologias à educação. O espaço vem promovendo formações continuadas em robótica e ensino híbrido.
“A metodologia permite personalizar a aula e atender o ritmo de cada aluno, reorganizando o espaço em sala de aula para atividades individuais e em grupo. O ensino híbrido é necessário repensar a organização da sala de aula, o plano pedagógico e a gestão do tempo para favorecer os momentos de interação, colaboração, envolvimento com o tema e o uso das tecnologias digitais para inovar o modelo tradicional de ensino e transformar os alunos em protagonistas do próprio aprendizado”, explica Ednaldo.
Oficinas - Segundo a coordenação do Efex, duas formações sobre o ensino híbrido já ocorreram e tem mais duas previstas, para 8 e 15 de maio. Os professores interessados fazem suas inscrições nas respectivas gerências regionais de educação (Geres), por meio do formulário compartilhado com os técnicos de inovação e tecnologia da educação.
Experiências - Bruno dos Santos Farias, professor de matemática e física nas Escolas Estaduais Ana Lins e Edleuza Oliveira da Silva, em São Miguel dos Campos, um dos participantes da formação no Efex sobre ensino híbrido, está muito satisfeito em trabalhar com a metodologia.
“Os resultados têm sido muito bons. Na disciplina de matemática, para alunos de 1º, com o assunto conjuntos, aplicamos da seguinte forma: pedi aos alunos que estudassem sobre o conteúdo em casa, fazendo a ideia de sala de aula investida, depois eles apresentavam as dificuldades em sala de aula e comecei a apresentar o assunto a partir daí. Posteriormente, apresentando o QR Code, eles, em grupo, tinham que ler alguns códigos que estavam espalhados estrategicamente pela escola e responder, no papel, questões sobre conjuntos e explicar sobre o conteúdo, o que aprenderam e o que acharam da atividade e eu sanaria quaisquer dúvida”, explica Bruno o passo a passo.
O professor garante que os alunos aprovaram a proposta. “Por ser uma aula diferente, movimentarem-se pela escola, por usar o celular em sala de aula, usar do próprio conhecimento para chegar nas respostas. Alunos que na sala de aula não gostavam de matemática acabaram se divertindo nesta atividade. A mesma ideia foi utilizada na turma de 2º ano, com o assunto de trigonometria no triângulo retângulo”, pontua o professor.
Em outra turma, ele fez um pouco diferente. Sugeriu uma atividade por meio de uma página da internet, que continha exercícios que o aluno poderia resolver em qualquer lugar, em casa, na escola ou pelo celular. Eles resolveriam estes exercícios, depois tiravam as dúvidas com o professor e juntos resolviam, em sala, posteriormente utilizava o QR Code em forma de exercícios.
“Neste, a gente optou por aplicativos sem uso da internet. Também gostaram muito da novidade. Nas turmas que apliquei a metodologia as notas foram superiores a 8. Eu me sinto muito satisfeito por mostrar que eles conseguiram aprender e eles entusiasmados por conseguirem demonstrar o que aprenderam, de explicar como chegaram nas respostas. O ensino híbrido é quando professor consegue unir coisas que já fazem parte do dia a dia do aluno, e conseguem unir à tecnologia acessível ao estudante. Que a ideia é que o aluno seja construtor do seu próprio conhecimento”, avalia Bruno.