Enfrentamento às drogas é tema de Seminário

Distrito Federal

27.11.2019

Profissionais do Gama, Recanto das Emas e Santa Maria participaram do III Seminário de enfrentamento às drogas nas escolas

“Quando adolescente, li o livro “O estudante”, da Adelaide Carraro e tinha pavor de me envolver com droga. Ao ter meus filhos, o que eu mais temia aconteceu e o mais velho se envolveu com drogas na faculdade. Em um determinado momento, a solução foi ele se mudar de casa porque a situação ficou insustentável”, desabafa a dona de casa *Paula.

Para a compreensão de um fenômeno de tão grande magnitude, profissionais do Gama, Recanto das Emas e Santa Maria participaram nesta segunda (25), no Centro de Ensino Médio 01 do Gama, do III Seminário de Enfrentamento às drogas nas escolas.

Pela manhã, os participantes ouviram a palestra “Educação para a Paz”, do diretor de Educação do Campo, Direitos Humanos e Diversidade (DCDHD), Júlio César Moronnari e o professor da rede pública de ensino Moisés Marcial apresentou o projeto “Sem drogas é curtição, com drogas é ilusão”. O subsecretário de enfrentamento às drogas, da Secretaria de Justiça e Cidadania (SEJUS), Rodrigo Barbosa da Silva também apresentou o painel “Drogas: Prevenção e Ação”.

Segundo o orientador educacional do Centro de Ensino Fundamental Dumont de Santa Maria, Washington Soares Quirino, a iniciativa “abre um leque de questões que, muitas vezes, são tratadas com ‘sutileza’ por falta de conhecimento sobre o tema. Nesse sentido, o evento proporciona a aquisição do tema para ser melhor trabalhado nas escolas não somente com os alunos, mas com toda a comunidade escolar”, enfatizou o orientador.

“Não adianta apenas rotular”

À tarde, foi a vez da apresentação “Drogas, escola e sociedade – reflexões necessárias”, do professor Pedro Henrique Antunes da Costa, do Departamento de Psicologia, da Universidade de Brasília (UnB). O professor desmistificou concepções usuais sobre entorpecentes e respondeu às perguntas do público.

“É preciso questionar elementos enraizados da ordem social, que culpabilizam uma substância, um sujeito. É uma lógica reducionista da realidade e serve apenas para que desconsideremos sua complexidade. Não adianta apenas rotular. Uma pessoa que usa drogas não deve se enxergar como um fracasso, o problema é social”, enfatiza o professor.

Para a dona de casa *Paula, o sofrimento cessou quando o filho por conta própria buscou ajuda e se encontra “limpo” há mais de um ano. “Foi um pesadelo que não desejo a mais ninguém. É preciso muita atenção para perceber os indicativos de que algo não está bem”, destaca a dona de casa.

*Nome fictício para preservar a identidade da entrevistada.

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Aldenora Moraes, Ascom/SEEDF