Enem não deve ser usado para comparar qualidade de escolas

04.10.2011

 

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é um mecanismo importante de acesso à Educação superior e em processos de seleção nos diferentes setores do mundo do trabalho. A avaliação foi feita nesta terça-feira, 4/9, pela secretária de Educação do Mato Grosso do Sul e presidente do Consed. Maria Nilene Badeca da Costa e o ministro da Educação, Fernando Haddad, foram os convidados da audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, convocada para discutir o Enem.

 

Foto: Geraldo Magela - Agência Senado

 

“Outro aspecto importante e pouco divulgado é que as provas do Enem podem ser realizadas por aqueles que deixaram de estudar e querem obter a certificação do Ensino Médio”, destacou a presidente do Consed.

 

Em relação aos resultados de 2010, Maria Nilene afirmou que é equivocado utilizar o Enem para comparar a qualidade de escolas públicas e particulares. “Enquanto na rede pública a participação dos estudantes é voluntária, nas instituições privadas a participação é obrigatória, e esta dinâmica reflete nos resultados”, disse a educadora.

 

Para a presidente do Consed, mesmo diante de eventuais distorções na interpretação dos dados, a divulgação das médias do Enem por escola tem se revelado como elemento de mobilização em favor da melhoria da qualidade do ensino. “Os resultados auxiliam a comunidade escolar na reflexão crítica sobre o processo educacional desenvolvido no âmbito da escola e subsidiam políticas educacionais”, analisou Maria Nilene.

 

O ministro da Educação, Fernando Haddad, concordou com a presidente do Consed. Haddad completou que tal comparação é injusta, porque existem variáveis que não são consideradas nas notas divulgadas. “Nas escolas privadas, os investimentos são de três a dez vezes superiores aos aplicados nas escolas públicas”, exemplificou o ministro. Para ele, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é mais adequado para avaliar as instituições de Ensino Médio.

 

Fernando Hadad defendeu ainda que os currículos sofram alterações no sentido de se tornarem “mais enxutos”. O ministro disse que o governo trabalha para que os jovens tenham duas opções ao concluírem a Educação Básica: ingressarem na universidade ou se dedicarem à Educação profissional.

 

O ministro aproveitou para pedir a aprovação do projeto de lei que institui o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). O projeto já foi aprovado na Câmara Federal e agora tramita no Senado.

 

Ascom/Consed

04/10/2011