Em meio à Semana Nacional da Pessoa com Deficiência, tem início o Parapan de Lima

Pernambuco

23.08.2019

Em meio às comemorações da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência, uma competição com bastante destaque para este público dá seu pontapé inicial. Tem início, nesta sexta-feira (23), os Jogos Parapan-Americanos de Lima, no Peru. A competição reúne paratletas de todas as partes do mundo na briga por medalhas. Nesta edição, o Brasil chega com delegação recorde ao certame, levando 512 integrantes, sendo 337 atletas de 17 modalidades. Pernambuco não podia ficar de fora: o Estado enviou 13 competidores para o Peru, sendo paratletas de atletismo, badminton, basquete em cadeira de rodas, futebol de 5, natação e tênis de mesa.

Alguns veteranos, outros estreantes, mas todos os pernambucanos focados em voltar à capital do Frevo trazendo o peso extra de muitas medalhas na bagagem. O atletismo é a modalidade que conta com a maior participação de paratletas de Pernambuco, com nomes como Agnaldo Francisco, Jenifer Martins, Leylane de Castro e Sandro Varelo. Em seguida vem o basquete em cadeira de rodas masculino, com Anderson Silva, Erick Epaminondas, Glebe Candido e Luciano da Silva. A natação terá dois competidores do Recife: Phelipe Rodrigues e Carol Santiago, além de Lucas Carvalho no tênis de mesa, Raimundo Nonato no futebol de 5 e Abinaécia Maria no badminton. 

Lucas, inclusive, participará pela primeira vez dos Jogos, embora já possua bastante experiência internacional. “Já disputei várias etapas do Circuito Mundial e também estive no Parapan específico da minha modalidade, então a expectativa é colocar em prática tudo o que eu tenho treinado nos últimos meses, fazer meu jogo e desfrutar o momento. Poucos têm a honra de participar de um campeonato dessa grandeza e eu sou muito grato pela oportunidade”, destacou o paratleta de 19 anos, que atualmente faz parte do Programa Time PE, concedido pelo Governo do Estado através da Secretaria de Educação e Esportes. A iniciativa oferece um auxílio mensal de R$ 2,5 mil durante um ano, passagens aéreas nacionais e internacionais, além de avaliações fisiológicas, nutricionais e psicológicas.

Na contramão do estreante, quem chega a Lima cheia de experiência na bagagem é Jenifer Martins. “Estou muito bem e feliz, crendo que vou fazer uma boa competição, tanto no salto em distância, onde sou líder do ranking nacional, quanto nos 100m rasos, onde atualmente sou segunda colocada no ranking. Estou preparada para ir bem nas duas provas”, garantiu a paratleta, que possui paralisia cerebral e disputa o Parapan pela 4ª vez. Ela também faz parte do Time PE. 

Baleado em um assalto em 2009, acarretando em um trauma raquimedular na coluna, Sandro também é exemplo de superação nos Jogos Parapan-Americanos. Debutante, ele chega à competição sendo o atual líder do ranking mundial no lançamento de dardo pela classe F55 (atletas com trauma raquimedular). Além disso, Sandro ainda competirá nas provas de lançamento de disco e arremesso de peso. “A expectativa é a maior possível. Estou com uma felicidade que não cabe no meu peito. A intenção é trazer a medalha para o nosso Estado. Estou muito ansioso e louco para dar início à competição, foram sete anos de luta e treinamento pesado para chegar a este momento”, comemorou. 

De todos os nadadores convocados para os Jogos Parapan-Americanos, Carol Santiago é a que pratica a modalidade paralímpica há menos tempo. Diagnosticada com síndrome de Morning Glory, doença congênita que causa perda da visão e pode provocar descolamento da retina, a pernambucana iniciou há menos de um ano na paranatação e já bateu dois recordes mundiais nos 100m peito na classe S12 (deficiência visual). Agora, Carol festeja sua primeira competição fora do País pelo desporto paralímpico. “Estava extremamente ansiosa para estar aqui e estou muito animada. Minhas expectativas são as melhores para as minhas provas (50m e 100m livres) e acredito que sairei de Lima com bons resultados”, almejou. E assim, com tantos nomes de peso, o Brasil vai em busca de manter sua hegemonia nos Jogos ParaPan-Americanos, já que o País liderou o quadro de medalhas nas três últimas edições da competição, mostrando como os paratletas brasileiros são fortes e reconhecidos no cenário mundial.