Campo Grande (MS) - A Escola Estadual Nathércia Pompeo dos Santos, localizada na rua Ceará, Bairro Nova Corumbá, elaborou no ano de 2020 o projeto “Cápsula do Tempo”, com estudantes do Ensino Fundamental, sob orientação da professora de Arte, Viviane Beatriz Moreira.

Como estaremos em 2025? As aulas ainda serão remotas? Quantas vacinas existirão? Será que eu serei a mesma pessoa? O que mudará em meu corpo e pensamento? Tomando por base alguns dos pensamentos acima, que foi proposto o projeto.

“Recebemos da SED um caderno de orientações para atividades durante a Pandemia, o caderno de atividades Aprendendo em Casa. O Caderno propunha a criação de uma Cápsula do Tempo a fim de instigar os estudantes a registrarem o que ocorria naquele momento e colocá-los positivos e reflexivos ao que seria concretizado no futuro. Montar este Projeto Cápsula do Tempo foi desafiador durante uma pandemia, pois precisamos abordar vários temas a respeito das medidas de biossegurança utilizando a arte para essa reflexão. Então, realizei pesquisas sobre a Cápsula do tempo, adaptei à realidade da escola e propus o desafio aos alunos”, contou Viviane Moreira. 

Cápsula do Tempo

Em novembro de 2020 os alunos colocaram a criatividade à mostra e realizaram diversas produções artísticas: cartas, mensagens, desenhos, fotografias, poesias, histórias narrativas, histórias em quadrinhos, o que desejassem produzir para guardar na memória o ano de 2020. Uma caixa de concreto foi criada na área externa da escola e ali dentro, uma sacola de plástico recebeu os documentos que foram guardados para a posteridade.

Participou do projeto, além da Professora Orientadora Viviane, coordenação e direção da Escola Estadual Nathércia Pompeo dos Santos, bem como os pais dos estudantes. “Os pais participaram de forma ativa, vieram na reunião de apresentação do Projeto e estiveram conosco no dia em que depositamos os materiais na cápsula. O dia da culminância foi um dia marcante, pois além de realizar o ato essencial, que era guardar as produções artísticas, tivemos a oportunidade de nos ver frente à frente, sem a tela do computador ou celular, como estava ocorrendo, devido às aulas remotas por conta da pandemia”, explicou a professora Viviane. 

A estudante Nicoly Eduarda Silva Mansan decidiu registrar por meio de um relato a mudança do cenário das aulas no período de pandemia. “Decidi contar como estão sendo nossas aulas, que hoje temos aula virtual, no celular, na internet. Antes isso era apenas vivido por pessoas adultas, em faculdades, hoje, nós crianças, também temos aulas desse jeito. Aula online não é muito bom, pois falta a presença dos professores e dos colegas. Também tem a questão das explicações que fazem falta, estudar na sala de aula, com presença, é muito mais fácil. Quero ver como estaremos em 2025, quero lembrar como foram nossas aulas em 2020”, explicou a aluna. 

A diretora adjunta da E.E. Nathércia Pompeo dos Santos, Gisele Rodrigues, ressaltou que esse projeto foi essencial para o socioemocional dos estudantes. “Percebemos que além de memórias, os estudantes colocaram na cápsula suas emoções e percepções desse momento de aulas remotas devido à pandemia. O Projeto foi fundamental para que os estudantes refletissem também sobre o futuro e seus projetos de vida. A cápsula do tempo foi um projeto marcante em nossa escola. Agora, vamos aguardar 2025 para abrir e rever o material depositado pelos estudantes”, concluiu. 

O Prêmio

Diante da grande participação dos estudantes do 4º e 5º Ano da Escola Estadual Nathércia Pompeo dos Santos no projeto Cápsula do Tempo, a professora decidiu participar do 21º Prêmio Arte na Escola. Após a inscrição, vieram os excelentes resultados: O Projeto Cápsula do Tempo da E.E. Nathércia Pompeo dos Santos passou pelas duas primeiras fases de seleção e agora em junho de 2021, aguarda o resultado para saber se será um dos finalistas do XXIIº Prêmio Arte na Escola. 

O Prêmio Arte na Escola Cidadã tem a missão de ampliar a voz desses professores, valorizando projetos que despertam novos olhares e inspiram alunos, cidadãos e comunidades. Todos os inscritos - premiados ou não – recebem um Material Educativo impresso para trabalharem em sala de aula. Os inscritos também têm acesso a um Percurso Formativo online, desenvolvido a partir da obra do artista Siron Franco – homenageado na 21ª edição do Prêmio.

Cada professor vencedor é premiado com R$ 10.000,00 (dez mil reais) em dinheiro. As escolas vencedoras ganharão um computador e uma câmera digital. Os professores premiados participarão da cerimônia de premiação em São Paulo/SP, no segundo semestre de 2021, com todas as despesas de viagem e hospedagem pagas. Um representante de cada escola também terá suas despesas pagas para participar da cerimônia de premiação. Tanto os professores vencedores quanto suas escolas receberão certificado de premiação e troféu exclusivo criado pela artista Ester Grinspum.

Além da premiação, serão realizados cinco documentários sobre os projetos vencedores. As filmagens serão feitas nas escolas onde cada projeto aconteceu. Os professores premiados participam de uma programação formativa e cultural em São Paulo/SP. Os representantes das escolas também são convidados para participarem desta programação.

Colaborou: coordenadora pedagógica, Camila Cavalcante.

Texto: Adersino Junior – Secretaria de Educação de MS