Distrito Federal
11.12.2019Parceria com o MEC possibilitou os recursos para adquirir cerca de mil instrumentos musicais
As vozes juvenis dos estudantes do Centro de Ensino Médio Escola Industrial de Taguatinga (CEMEIT) irromperam na sala de música nesta quarta-feira (11) para celebrar o recebimento de 80 instrumentos musicais adquiridos com recursos do Ministério da Educação (MEC). A unidade escolar é uma das onze escolas de ensino médio em tempo integral (EMTI) beneficiadas com aproximadamente mil instrumentos musicais e estantes para partitura.
No DF, cerca de quatro mil estudantes têm sido favorecidos com o atendimento em EMTI. “Temos dois mil estudantes e 200 são atendidos em tempo integral. Eles participam de aulas de música, informática, robótica, horta, língua portuguesa e matemática”, informa a coordenadora pedagógica do CEMEIT, Kátia Nóbrega.
Segundo a subsecretária de Educação Integral da SEEDF, Vera Lúcia de Barros, os instrumentos vêm coroar o excelente trabalho desenvolvido na unidade escolar, onde 30 estudantes participam do projeto de música. Tais ações têm refletido no impacto da escola na comunidade e, recentemente, o CEMEIT foi agraciado com o Certificado de Melhor Gestão de Taguatinga.
Para a diretora de Educação Integral, Amélia Nakao, o recurso do MEC é fruto de um trabalho coletivo que tem sido realizado em prol da educação. “É um dia de celebração porque resulta de um processo. Aos poucos vamos avançando nesta jornada e os estudantes são, sem dúvida, agentes da mudança”, elogiou Amélia.
Em 2014, a escola foi reconhecida como Patrimônio Cultural do Distrito Federal e, desde as bandas marciais nos anos 1980, têm desenvolvido um trabalho musical exitoso. Neste ano, a banda Meia Lua venceu a 5ª edição do Festival Interescolar de Música de Taguatinga (FIMT) com a música “Cachoeira”, de autoria dos alunos Kayla de Albuquerque e Natã Buriti.
Além do prêmio, uma parceria com o Estúdio Social vai proporcionar a realização do sonho de gravar um álbum com quatro composições da banda, um EP (extended play). A gravação é fruto de uma parceria entre o Governo do Distrito Federal, por meio das Secretarias de Desenvolvimento Social, de Cultura e Economia Criativa e da Juventude, e o Instituto Blaise Pascal. Cinquenta bandas, grupos ou músicos serão favorecidos.
Para o compositor e instrumentista Natã Buriti, contar com os novos instrumentos musicais motiva os alunos a participarem das aulas de música. “Temos a oportunidade de desenvolver e divulgar nossos talentos por meio da orientação de um professor de música, o que é essencial”, afirma o estudante.
A história do professor Geovanne Santoli com a música vem desde a infância. “Meu pai era músico nos bailes da Bahia, onde morávamos. Aos 10 anos, eu já estudava canto. Quando me mudei para Brasília, passei a me dedicar à música. Leciono desde os 17 anos, o que me motivou a cursar canto lírico na Escola de Música de Brasília (EMB) e, posteriormente, na Universidade de Brasília (UnB)”, conta o professor.
O docente se diz motivado pelo contato com os estudantes. “Procuro fazer com que todos, mesmo com experiências diferentes, personalidades e gostos musicais entrem no mesmo ritmo. Considero-me privilegiado por poder mostrar a eles uma vivência de educação musical. Eu não tive na escola essa prática no Ensino Médio. O ensino integral possibilita que eles possam aprender não somente a teoria, mas também a prática”, afirma Geovanne.
Aldenora Moraes, Ascom/SEEDF