Pará
10.04.2024Para estimular professores e comunidade escolar a desenvolver projetos para a 9ª edição do ‘Prêmio Educar com Equidade Racial e de Gênero: experiências de gestão e práticas pedagógicas antirracistas em ambiente escolar’, a Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc) promoveu uma oficina, nesta terça-feira (9).
Debates, mesas de diálogos e troca de conhecimentos marcaram a oficina, como explica o diretor de Diversidade e coordenador da Assessoria de Convivência Educacional da Seduc, Mário Augusto Almeida. “É uma oficina de como se fazer inscrição para o Prêmio Educar. Qualquer escola pode se candidatar a esse prêmio e nela é premiado o professor e a escola que executa o projeto de educação antirracista visando equidade racial e de gênero, seja negro, indígena, quilombola. É valorizar a equidade. Esse prêmio tende a estimular que os professores trabalhem a temática no âmbito de sala de aula e faz com que a gente possa trazer a real democracia e a educação antirracista na prática. Então foi feita uma abertura com uma mesa de debates", disse.
O Prêmio é uma iniciativa do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), organização da sociedade civil que atua pela equidade racial e de gênero, busca identificar e valorizar práticas pedagógicas exitosas antirracistas de professores e gestores da educação básica. Ainda segundo Mário Augusto, é necessário trabalhar o tema e educar estudantes de todos os níveis. “Vou citar Angela Davis: ‘não basta não ser racista, é necessário sermos todos antirracistas’. Essa é a toada que a Secretaria de Educação do Pará vai colocar em todas as escolas. É importante que todas as escolas tenham professores antirracistas, servidores antirracistas, para que nós possamos cuidar das nossas crianças, nossos pequenos ou adultos e idosos que estão na EJA, ou até mesmo das creches que a gente eduque mostrando que as diferenças são reais, mas elas não podem maltratar um ao outro”, afirmou o diretor.
Para o professor de história da Escola Estadual de Tempo Integral Cordeiro de Farias, em Belém, Kebler Leite, a oficina foi essencial para aprimorar e desenvolver ideias. “Acredito que essa formação está nos dando a possibilidade justamente de alinhar projetos que nós já desenvolvemos como, por exemplo, a Semana da Consciência Negra, projetos para apresentar formas e ações de combate ao racismo, que é uma realidade muito forte em toda a estrutura do Brasil e na escola isso também acontece. Com essa iniciativa de escrever os projetos e dessa forma mostrar que essas ações são possíveis na escola, ganha o aluno, ganha a escola, ganha o professor, a Secretaria de Educação e a sociedade também porque os projetos têm o intuito focar na conscientização, na transformação desse ser humano em um ser humano empático, que aprenda a respeitar as diferenças sociais, as diferenças raciais, a diferença religiosa, étnica, e isso é fundamental. Eu saí daqui hoje preparado para escrever um projeto e saio com essa missão de apresentar esse projeto, de gerar para a sociedade, com meus alunos, uma cartilha educativa”, destacou o educador.
O coordenador da 9° edição do Prêmio Educar, Billy Malachias, explicou sobre o objetivo do prêmio. “Em linhas gerais, a gente entende que a importância do prêmio, é, sobretudo, reconhecer, difundir e dar visibilidade a práticas pedagógicas. Ao fazer um prêmio como esse, neste momento, a gente está aí com perto de 1.700 inscrições no Brasil inteiro, e quando os educadores se inscrevem, a gente tem, obviamente, práticas que são práticas que a gente considera exitosas, a gente trabalha com esse conceito de êxito, mais do que o conceito de excelência, porque a gente entende que num país tão diverso, com tantas disparidades, não dá para você pensar numa régua que seja igual para todo mundo, o nosso conceito é o de equidade, então isso precisa ser aplicado na própria metodologia de avaliação dos pareceres, então quando a gente olha lá, a gente tem práticas que são práticas exitosas, escritas, com muita propriedade e outras ainda numa fase mais incipiente, mas para nós os dois extremos são importantes, porque ele traz um conhecimento sobre esse fazer pedagógico. Além disso, o prêmio provoca um impacto na vida das pessoas, além do prêmio, a participação das pessoas é uma contribuição que oferece diagnósticos desse fazer pedagógico, também agora desse fazer de gestão que possibilita a incidência nas políticas públicas educacionais nas esferas municipal, estadual e federal”, finalizou.
Prêmio Educar - O Prêmio é dividido em duas categorias: Prática Docente e Escola. A categoria Prática Docente é dividida em duas modalidades: Prática Docente Realizada - realizadas entre 2022 e 2023 - e Prática Docente Projetada - ou seja, ainda não executada. Já a categoria Escola conta apenas com a modalidade Gestão com Equidade e Antirracista (GEA).
Podem se inscrever docentes e gestores/as que estejam em atividade nas diferentes etapas da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) e de todas as Modalidades de Ensino (Educação de Jovens e Adultos; Educação Escolar Quilombola; Educação Indígena; Educação Profissional e Tecnológica; Educação Especial e Educação à Distância), em todo o Brasil.
Premiação - Serão selecionados 16 trabalhos finalistas e eleitas oito propostas na categoria Prática Docente, sendo que cada uma levará o prêmio de 7 mil reais, além de um kit de livros na temática de equidade racial e de gênero na educação básica. Será ofertado também um curso virtual de formação continuada no mesmo tema. Na categoria Gestão Escolar, os vencedores também receberão o curso e o kit. Serão selecionados 16 finalistas e eleitas oito propostas, que receberão equipamentos para as escolas, elegíveis numa listagem fornecida pelo CEERT, dentro do valor de 10 mil reais.
Texto: Fernanda Cavalcante / Ascom Seduc
Foto: Rai Pontes / Ascom Seduc