Rio de Janeiro
31.03.2024Nesta terça-feira (26/03), cerca de 200 profissionais da educação estiveram reunidos no workshop ‘Por que Libras?’, realizado pela Diretoria Regional Metropolitana I, no auditório da Universidade Estácio de Sá, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O evento contou com o apoio da Secretaria de Estado de Educação (Seeduc-RJ), por meio da subsecretaria de Planejamento e Ações Estratégicas, e teve como objetivo fomentar as boas práticas pedagógicas do ensino de surdos nas escolas da rede estadual de Japeri, Nova Iguaçu e Queimados, áreas de abrangência dessa regional. Convidados, representantes de escolas municipais dessas regiões também participaram do encontro.
Durante o workshop, os educadores participaram de palestras e debates sobre políticas públicas; formação do professor para a educação de surdos; alfabetização e letramento; atendimento educacional especializado bilíngue; e a função do tradutor/intérprete na sala de aula; entre outras pautas também relacionadas à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental direcionados ao estudante surdo.
Representando a secretária de Estado de Educação, Roberta Barreto, a subsecretária de Planejamento e Ações Estratégicas, Myrian Medeiros, falou sobre o desafio diário da construção da escola inclusiva e como o encontro possibilita repensar essa escola a partir do ensino de libras, a Língua Brasileira de Sinais.
– Hoje, estamos aqui com muitas pessoas que lutam por essa causa: o INES, as escolas, suas equipes diretivas e a nossa regional Metropolitana I que viabilizou esse encontro. Estamos aqui repensando ações que possam promover a ampla discussão e o amplo ensino da língua brasileira de sinais.
A diretora-geral do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), Solange Rocha, conversou com os educadores.
– É uma iniciativa fundamental para o trabalho do INES que tem como prerrogativa subsidiar a educação de surdos no Brasil. É o momento de lançar uma semente para todas as escolas de formação para a abertura de portas para essa população. É um momento que temos que celebrar – disse a diretora.
O superintendente de Projetos para Educação Especial, Daniel Bove, agradeceu o empenho da regional e de toda a equipe da Educação Especial da Seeduc.
– Este workshop vem falar sobre Libras, a Língua Brasileira de Sinais que, por meio de Lei, é reconhecida como meio legal de comunicação e expressão no país. Nós temos o Português e temos Libras e muitas pessoas desconhecem isso. Nesse trabalho de formação contamos com a parceria de Instituto Nacional, o INES, uma referência na área, e vamos levar a libra ao patamar que ela merece – afirmou o superintendente.
A diretora Pedagógica, da Regional Metropolitana I, Maria Angélica Novaes, contou que a organização do evento visou a articulação com os vários entes federados e privados, possibilitando um olhar mais ampliado para as questões da Linguagem de Sinais “Libras” e sua importância para o processo de ensino/aprendizagem.
– Reunir tantos profissionais comprometidos com a educação é um privilégio para a nossa Regional. Esse encontro foi de grande relevância para o processo pedagógico de todo o evento. Agradecemos a parceria e o apoio de todos – disse a diretora.
O evento contou também com a presença de 23 alunos do curso de formação de professores, o Ensino Normal, de seis escolas dos três municípios já citados. Eles estagiam em salas de recursos e têm interesse em adquirir mais conhecimentos sobre Libras.
Juliana de Paula, de 38 anos, do Ciep 341 – Sebastião Pereira Fortes, em Queimados, na Baixada, mostra uma trajetória de quem está empenhada em aprender e revela compromisso com a educação. Ela cursou, há dez anos, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e obteve o seu certificado de Ensino Médio. Há três anos, ela resolveu se tornar professora e ingressou no curso de formação de professores. Está na última série, mas parar de estudar não está nos seus planos: ano passado, ela conquistou uma vaga na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) onde, agora, está cursando Pedagogia.
– Quero me especializar na educação de estudantes com necessidades educacionais, e esse workshop é muito importante para o meu trabalho – contou Juliana, que já pensa na pós em Psicopedagogia.
Também presentes, o secretário municipal de Educação de Queimados, André Luiz Monsores de Assumpção; a superintendente Pedagógica da Secretaria Municipal de Nova Iguaçu, Maria Elione da Costa Midões, representando a secretária Maria Virgínia Andrade Rocha; o deputado estadual Felipinho Ravis; o diretor do Departamento de Desenvolvimento Humano, Científico e Tecnológico do INES, André Cordeiro; o diretor Regional Administrativo da Metro I, Sidclei Azevedo; e a coordenadora da Universidade Estácio de Sá, Regina Felício.
Foto: Weslley Barbosa - Seeduc-RJ