Educação com afeto e acolhimento contribuiu para o avanço histórico do Ideb no Pará

Pará

02.09.2024

Entre as várias estratégias adotadas na rede pública estadual de ensino que contribuíram para que o Pará saltasse da 26ª para a 6ª posição no ranking nacional no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), está a educação com afeto e acolhimento, que vai muito além do repasse de conhecimento em sala de aula.

O respeito à emoção, motivação e atenção, além do desenvolvimento da amabilidade, resiliência emocional e abertura ao novo, dentre outras especificações socioemocionais presentes no ambiente escolar, são essenciais para o êxito do processo ensino-aprendizagem.

“As competências socioemocionais são um tema fundamental para a educação. É imprescindível que o conhecimento pedagógico esteja alinhado à preparação dos nossos estudantes para a vida além da escola. Garantir um ambiente de convívio harmônico, estimulante e envolvente potencializa o aprendizado dos nossos estudantes. Nós tivemos um avanço excepcional no Ideb, saindo da penúltima para a 6ª colocação no Brasil, graças a uma série de iniciativas. Mas também, ao colocarmos o estudante como protagonista, desenvolvendo habilidades e competências essenciais, isso tudo aliado a mais tempo de aula, reconhecimento e valorização, materiais didáticos inéditos e regionalizados, merenda de qualidade, formações contínuas, entre outras ações, representa um momento histórico para a educação do Pará. Seguimos avançando juntos!", afirma o secretário de Estado de Educação, Rossieli Soares.

“Eu ensino meus alunos como se fosse para minha filha. Eu tenho uma filha de 16 anos, e quando dou aula de Matemática é como se fosse para minha filha. Isso faz com que eu tenha uma relação muito próxima com os estudantes. Isso me faz continuar a exercer essa profissão. Só a educação transforma. Meus alunos sabem disso. Isso tudo é gratificante”, avalia o professor Elizeu Castro.

Destaque - A Escola Estadual Nossa Senhora das Graças Guamá, em Belém, se destacou nos Anos Iniciais, ficando em primeiro lugar no ranking do Ideb das escolas estaduais do Pará, com 7,6 pontos. Na unidade, a professora de Língua Portuguesa Maria Cristina Santos identificou as necessidades dos alunos e adotou métodos que ajudam no desenvolvimento intelectual do indivíduo.

“Eu trabalho com os meus alunos em jogos, simulados, faço testes. Mas o que eu considero o diferencial é que procuro conhecer meus alunos individualmente, saber qual é a potencialidade e as dificuldades de cada um, e desenvolvo trabalho em cima delas. Procuro ver quais são as habilidades que os alunos não adquirem, e faço intervenção naquela habilidade, para que ele consiga. Geralmente, não é a turma toda; é um grupo, ou às vezes um aluno. E a educação, para mim, vai além da aplicação de métodos para assegurar o desenvolvimento intelectual do indivíduo. A educação é um meio que você tem de perceber o aluno e proporcionar a ele a sua emancipação, o seu empoderamento, desenvolver o seu ser, as suas capacidades enquanto ser humano e cidadão”, diz a professora.

Ela acrescenta que “o que mais me motiva é saber que eles venceram suas dificuldades, e ver nos olhinhos deles brilhando a gratidão, a alegria de desenvolver algo sozinho, e que agora, a partir da minha intervenção, eles conseguiram superar, criar gosto e caminhar sozinhos nos estudos. Isso é o que mais me motiva, de ver no olhar desses alunos essa gratidão por um ensino”.

Mário Augusto Almeida, que está à frente da Diretoria de Diversidade e Inclusão (DDI), informa que, “quando eu falo do professor tem um propósito; não é algo só pelo afeto. A gente ensina com um propósito. Eu tenho um propósito de que o estudante aprenda tal conteúdo. Mas para ele aprender, eu tenho que ter com ele as habilidades socioemocionais presentes para subsidiar e facilitar a aprendizagem. E o afeto é um dos mecanismos mais fáceis de se acessar esse conhecimento. Pelo afeto, a gente consegue fazer com que a aprendizagem seja ainda mais significativa. E quando a gente dá significado para isso, compreende ainda mais o que tem que ser aprendido”.

Emoções saudáveis - As competências socioemocionais são conceitos importantes para a aprendizagem, por reunirem capacidades ligadas ao sentir e expressar as emoções de maneira saudável, permitindo também ter um olhar mais humanizado e empático sobre diferentes situações do cotidiano.

O acolhimento e a preparação são iniciativas importantes para o desenvolvimento das competências socioemocionais. Na prática, os estudantes têm melhoria no desempenho, fortalecimento da saúde mental e redução do risco de abandono e da violência escolar.

“Se eu tenho as competências socioemocionais trabalhadas adequadamente, tenho a possibilidade de desenvolver mecanismos para que a pessoa se sinta ainda mais segura em aprender. Quanto mais eu tenho as habilidades socioemocionais, eu aprendo a lidar com as minhas emoções, aprendo a lidar com gestão de tempo e frustrações. Nesse sentido, tenho engajamento e a presença do estudante nesse ambiente seguro e acolhedor, porque ele vai desenvolver também a empatia”, reitera Mário Augusto Almeida.

 

Texto: Bianca Rodrigues / Ascom Seduc

Foto: Alex Ribeiro / Agência Pará