Edital busca projetos que incentivam as meninas e as jovens a seguirem carreira na área de exatas

Parceria

22.10.2015

As mulheres são a maioria da população brasileira, mas minoria nas exatas. A afirmação é facilmente constatada ao se observar uma sala de aula em escola técnica ou faculdade na área de exatas, onde há pouca ou nenhuma presença feminina. Para contribuir com a mudança desse cenário e reduzir o impacto da desigualdade de gênero na hora de escolher uma profissão, o Instituto Unibanco, o Fundo ELAS e a Fundação Carlos Chagas lançaram o edital Gestão Escolar para Equidade: Elas nas Exatas, cujas inscrições seguem até dia 3 de novembro de 2015.

Podem ser inscritos projetos de todo o país, sejam de escolas públicas do ensino médio (por meio das Associações de Pais e Mestres) ou de organizações, grupos e movimentos feministas que trabalham com a temática de gênero articulados à escola pública.

Poderão ser selecionados até 10 propostas de projetos. Cada projeto receberá o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para serem executados de janeiro a dezembro de 2016, na escola, seguindo o cronograma do calendário escolar.

Podem ser inscritos, por exemplo, projetos que incentivem a participação das estudantes em olimpíadas de matemática ou de robótica, em feiras de ciências, feira de profissões, projetos para jovens cientistas, feiras de desenvolvimento de projetos tecnológicos, cursos para meninas desenvolverem games e aplicativos, entre outros.

Preconceito

É grande o preconceito e a falta de informação sobre carreiras na área de exatas para mulheres. A administradora de sistemas Camila Marques, de 26 anos, diz que ainda sofre preconceito, mesmo tendo completado uma graduação em Sistema da Informação e atuar na área. “O preconceito é grande, inclusive de professores e alunos. Hoje, é difícil encontrar, por exemplo, um orientador na pós-graduação para uma mulher. Existe o estereótipo de que é preciso homens nas áreas mais técnicas”, diz Camila. Ela destaca a necessidade de acabar com estereótipos no ensino médio. “Até o 9º ano parece ser tudo igual, não tem muita diferença entre meninos e meninas. No ensino médio isso muda. É importante não colocar sexismo nas matérias ensinadas e na escolha de carreiras para os jovens”, diz.

Inscrição

O formulário de inscrição no edital Elas nas Exatas pode ser baixado pelos sites do Fundo ELAS (www.fundosocialelas.org), do Instituto Unibanco (www.institutounibanco.org.br) e da Fundação Carlos Chagas (www.fcc.org.br). As inscrições devem ser feitas somente pelos Correios.

Os projetos serão selecionados pelo Comitê de seleção do Fundo ELAS, com participação de representantes do Instituto Unibanco e da Fundação Carlos Chagas. A implementação dos projetos será acompanhada pelo Fundo ELAS e avaliada pela Fundação Carlos Chagas, com o objetivo de identificar os resultados alcançados e sistematizar as experiências que tenham potencial de replicação em outras escolas.

“Acreditamos que para se alcançar melhores resultados educacionais, a gestão escolar necessita identificar situações de desigualdades que afetam determinados grupos de estudantes e implementar ações para enfrentá-las, criando condições de equidade. Foi a partir dessa premissa e do foco de atuação para a melhoria da gestão escolar no Ensino Médio que iniciamos em 2014 a agenda de fomento por meio de uma linha de editais denominada Gestão Escolar para a Equidade”, ressalta Ricardo Henriques, superintende executivo do Instituto Unibanco.

Para K.K. Verdade, coordenadora executiva do Fundo ELAS, o edital voltado para instituições de ensino é uma oportunidade de contribuir para uma educação mais justa. “Com esse edital expandimos nossa atuação para um espaço estratégico na promoção da equidade e da transformação: o ambiente escolar” conclui.

“Espera-se ainda que este edital possa sensibilizar a sociedade em geral para a importância de um olhar atento para a promoção da equidade e enfrentamento das discriminações como um elemento fundamental a ser considerado nas políticas públicas educacionais”, Sandra Unbehaum, coordenadora do Departamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas.