Dirigentes municipais de ensino discutem, em Belém, estratégias para alfabetização na idade certa

Pará

03.10.2019

Educadores de 136 municípios do Pará estiveram em Belém, nesta semana, discutindo formas de melhorar o processo de alfabetização de crianças de escolas públicas municipais. A discussão ocorreu como parte do I Encontro de Formação PMALFA/2019. Instituído pelo Governo Federal em 2018, o PMALFA (Programa Mais Alfabetização) objetiva empreender esforços conjuntos com as secretarias estaduais de educação para superar os desafios da alfabetização.

O Encontro teve como público-alvo secretários municipais de educação, coordenadores municipais do PMALFA e diretores de ensino. No Pará, a Seduc é a principal mobilizadora da rede de colaboração entre estados e municípios para efetivação da agenda da aprendizagem. Entre as funções da Secretaria de Estado, está o monitoramento da adesão das escolas ao PMALFA, realizar formação para os professores e garantir o acompanhamento pedagógico das escolas.

Segundo a coordenadora de Educação Infantil e Ensino Fundamental da Seduc, Lucidéa Santos, ainda é alto o índice de crianças que chegam aos 7 anos sem saber ler e escrever. No Pará, segundo dados do Mec, somente 12% dos estudantes chegam à fase adulta com proficiência de leitura na idade certa, em consequência da má alfabetização. “Pela lei, toda criança deve ser alfabetizada no 2º ano, aos 7 anos de idade”, lembra Lucidéa. Alfabetizar, neste caso, significa dominar a escrita alfabética, ler, escrever textos curtos e operar raciocínio matemático.

Para ajudar nesse processo, o PMALFA destina uma verba às escolas municipais de todo o Brasil. Os recursos devem ser aplicados na compra de material pedagógico e na concessão de uma bolsa para a contratação de assistente de alfabetização. Esse profissional tem o papel de auxiliar o professor alfabetizador na aprendizagem das crianças de anos iniciais. No Pará, 136 municípios já fizeram a adesão ao sistema do Mec e 61 escolas já estão cadastradas e aguardando os recursos.

Para os participantes do Encontro, o momento é de expectativa para a retomada de estratégias que promovam mais resultados na alfabetização. Presente no evento, a secretária municipal de educação de Moju, Sandra Helena, afirmou que o município também enfrenta essa dificuldade. Segundo ela, um dos principais fatores é a formação deficitária no ensino superior. “Essas instituições não estão formando o professor para alfabetizar da forma correta, o que nos obriga a realizar formação continuada o tempo todo”, comenta.

Em Moju 20% da população adulta é analfabeta, problema que vem sendo amenizado com a presença do assistente de alfabetização. Das 172 escolas municipais, cerca de 30 possuem índice de alfabetização muito baixo. “Nessas escolas temos a presença do assistente, o que vem ajudando na aprendizagem das crianças, embora não seja o suficiente”, afirma Sandra.