Diálogo com as diferenças: cartilha sobre a educação para as relações étnico-raciais já está disponível

Sergipe

01.12.2021

Está disponível no Portal Estude em Casa da Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc) a cartilha “Diálogo com as Diferenças: respeitar e conhecer faz parte do aprender”, que apresenta uma reflexão sobre a educação para as relações étnico-raciais, a partir das leis nº 10.639/03 e 11.645/08, as quais proporcionam caminhos para uma educação antirracista. De forma lúdica, aborda a diversidade étnico-racial auxiliando professores, gestores, coordenadores, colaboradores, educandos, pais e a comunidade em geral. O lançamento ocorreu nesta segunda-feira, 29, durante transmissão ao vivo no YouTube, com a participação de convidados.

Fazendo o lançamento oficial, a diretora do Departamento de Educação (DED), professora Ana Lúcia Lima, explicou como foi fundamentada a cartilha, organizada pelas técnicas do Serviço de Educação do Campo e da Diversidade (Secad), Maria Paula de Melo Santos Alves e Jeane Caldas Hora. “Todo esse empenho é para que possamos trabalhar a diversidade de forma ética e respeitosa. Fazer com que os nossos estudantes se respeitem, respeitem a diferença, que saibam ter opinião, que saibam ter argumentos para poder defender as suas ideias. Essa formação integral de que a gente tanto fala não pode estar dissociada desse trabalho em relação à diversidade étnico-racial. Essa cartilha é uma ação dentre as várias que serão trabalhadas com os professores”, declarou.

 Com essa ação, a Seduc objetiva contribuir para o diálogo intercultural e as vivências étnico-raciais nos espaços escolares, construindo caminhos para intervenções sociais. Isto porque a discussão sobre a problemática em foco deve ser cada vez mais implementada nos espaços pedagógicos por meio de metodologias ativas, como a produção desta cartilha voltada para o incentivo e o desenvolvimento de discussões junto à comunidade escolar inseridas nas questões étnico-raciais.

 O promotor de Justiça dos Direitos da Criança e do Adolescente de Aracaju e coordenador de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (COPIER), Luís Fausto Dias de Valois Santos, que participou do lançamento da cartilha, elogiou a iniciativa da Seduc. Para ele, a disponibilização desse documento “é um trabalho que vem engrandecer o que a Secretaria de Estado da Educação tem feito em relação ao cumprimento das leis 10.639 e 11.645. Hoje essa cartilha vem trazer de forma rápida, eficiente, com uma linguagem bem acessível, conteúdos e meios para que os professores possam desenvolver trabalhos de enfrentamento ao racismo dentro das salas de aula, buscando mudar uma realidade que infelizmente continua bem patente e resistente no nosso país”.

 A ativista do Movimento de Mulheres Negras na Paraíba, Terlúcia Silva, também teceu comentários acerca da importância da cartilha no ambiente escolar. “A gente precisa, sim, ampliar essa atuação por uma educação inclusiva, diversa e que considere esses diferentes sujeitos. A cartilha é um instrumento muito importante, sobretudo nesse contexto. Precisamos ter essas ferramentas para subsidiar as nossas ações, principalmente para quem está no cotidiano da escola. Então quem está assistindo acesse cartilha”, disse ela durante a live de lançamento.

O colaborador da cartilha, Ivanilson Martins Xokó, indígena do povo Xokó de Sergipe, destacou que o documento visa alcançar os diferentes níveis de ensino. “A cartilha em si nos proporciona já esse repensar. De como podemos cada vez mais levar a temática indígena e afro-brasileira para dentro da sala de aula. O titulo já chama bastante atenção, “respeitar e conhecer faz parte do aprender”, que é extremamente poético se a gente for pensar na perspectiva do povo negro e indígena. Tenho percebido que a cartilha tem um grande potencial de contribuição para os professores da rede pública e também da rede particular, e por que não dizer na educação superior”, salientou.

 Para a técnica da Educação Étnico-Racial do Secad, Maria Paula de Melo Santos Alves, que também é indígena da etnia Xokó, “a relevância dessas estratégias lúdicas, como a produção e utilização dessa Cartilha como ação pedagógica nas escolas, assegura uma maior articulação com práticas integradoras com a temática étnico-racial, com vistas a estabelecer relações saudáveis e respeitosas entre os integrantes das comunidades educacionais. A implementação de práticas pedagógicas a respeito das relações étnico-raciais, de forma lúdica, ou por meio de materiais, como a cartilha, voltadas para o público-alvo da Educação Básica, evidencia significativas contribuições à formação emancipatória dos educadores e educandos das escolas”, concluiu.

 Acesse a cartilha no link: https://www.seduc.se.gov.br/estudeemcasa/#/351