Cursos técnicos profissionalizantes da rede estadual levam alunos ao mercado de trabalho e à ascensão profissional

Sergipe

16.08.2021

A rede estadual de educação possui, atualmente, 15 unidades escolares espalhadas por todo o estado que ofertam a modalidade de ensino profissionalizante. São cursos em diversas áreas que preparam os alunos para o ingresso no mercado de trabalho, dando a eles a oportunidade de ingressar no mercado de trabalho e de se desenvolver profissionalmente. Nutrição, automação industrial, agente comunitário em saúde, música, informática para internet, hospedagem, restaurante e bar, redes de computadores, condomínio, são apenas alguns entre a gama de cursos ofertados pelo Estado.

A coordenadora do Serviço de Educação Profissionalizante da Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Sepro/Seduc), Rivânia Andrade, destaca que “os cursos técnicos profissionalizantes têm como principal benefício a formação integral do aluno, por meio da qual ele já sai com a possibilidade de empregabilidade e também de ascensão ao mundo acadêmico”.

Muitos dos que estudaram e concluíram os cursos já estão atuando na área e dizem que o que aprenderam foi fundamental para alavancar a carreira ou até mesmo para o seu crescimento pessoal. É o caso de Monalisa Vieira dos Santos, que é formada em Canto Lírico pelo Conservatório de Música de Sergipe. Ela iniciou os seus estudos em 2014 e terminou em 2019. Monalisa conta que desde criança gostava de música, e que estudar no conservatório era um sonho para ela. Morando em São Paulo, Monalisa diz que sempre procurou fazer o curso por lá, mas que nunca deu certo. Quando veio para Sergipe, morou no município de Carmópolis, onde entrou em um coral e descobriu que realmente gostava de cantar.

“Eu vi que realmente tinha talento para cantar e tive um professor muito bom, que despertou a minha curiosidade e me motivou a entrar no Conservatório. Fiz o teste e passei. No conservatório eu tive uma experiência muito boa, professores maravilhosos que me instigaram. Se a pessoa tem o sonho de cantar, eu acredito que o conservatório é o lugar correto para estudar música e pensar grande”, disse.

Monalisa destaca que ter estudado em uma instituição de ensino profissionalizante da rede estadual foi uma experiência única. “Eu achei maravilhoso poder estudar música, fazer o que gosto e ter professores capacitados para isso. A Secretaria de Educação nos dá essa oportunidade de aprender algo que é o nosso sonho sem precisar pagar. Apenas me preparei, fiz o teste e passei”, explicou.

A cantora lírica atualmente trabalha em outra área profissional, mas não deixou o seu sonho de lado. “Eu cheguei a trabalhar como professora de música para crianças na Prefeitura de Carmópolis. Tive essa oportunidade de emprego justamente porque estudei no Conservatório de Música de Sergipe. Hoje trabalho em outra área, mas sempre que aparece algum evento, como casamento ou festas, eu me apresento”, afirmou.

Ascensão profissional

Outro exemplo de sucesso na área profissional é Daniel Nogueira Neto, de 41 anos, que estudou no Curso Técnico de Secretaria Escolar no Instituto de Educação Rui Barbosa (IERB), de 2017 a 2019. Atualmente ele trabalha como secretário escolar na Escola Estadual João Arlindo de Jesus, no povoado Taiçoca de Fora, em Nossa Senhora do Socorro. Para ele, o curso trouxe aperfeiçoamento e conhecimentos teóricos que estão ajudando em sua atividade profissional. Ele conta que aprendeu muitas coisas que agora está aplicando na prática.

Daniel, que antes era vigilante, diz que viu no curso uma oportunidade de ter uma progressão em sua carreira profissional. “Foi uma oportunidade de progresso. Hoje eu ganho mais do que antes, então, com o aumento da minha remuneração, foi também uma oportunidade de ter mais liberdade financeira. Por meio dessa oportunidade que o Estado me deu, tive uma melhora na minha vida profissional e pessoal”, declarou. A rotina durante o período em que estudou foi cansativa, mas ele conta que valeu a pena. “Tenho muita gratidão pelos professores. Nós éramos uma turma de trabalhadores, a maioria com mais de trinta anos de idade, os quais, após um dia bastante cansativo, iam para as aulas à noite. Os professores tiveram toda a atenção e carinho com a gente, sempre nos motivandopara os estudos. Achei o curso uma experiência fantástica”, afirmou.

José Vandisson dos Santos Rodrigues, de 23 anos, hoje está no mercado de trabalho também por causa do ensino profissionalizante da rede estadual. Filho de agricultor, ele cresceu no assentamento agrícola Santo Antônio do Betume, em Neópolis. Em 2016, formou-se no Curso Técnico em Agropecuária, na Escola Família Agrícola de Ladeirinhas, em Japoatã, e em 2021 formou-se no Curso Técnico em Agroindústria, no Centro Estadual de Educação Profissional Agonalto Pacheco da Silva, em Neópolis.

Atualmente ele trabalha como extensionista rural em uma empresa e presta consultoria a agricultores sobre diversos assuntos como adubação, compostagem, criação de animais, entre outros. Ele conta que por meio de associações e cooperativas, foi incentivado a buscar mais conhecimentos para poder melhorar a região em que vive.

“Graças a esses cursos técnicos profissionalizantes estou trabalhando hoje. Eles me fizeram voltar para a realidade local, para o desenvolvimento rural, e me incentivaram a tentar melhorar a produção agrícola. Com esses dois cursos eu adquiri conhecimentos teóricos e práticos proveitosos para trazer melhorias na vida do agricultor”, declarou.