Sergipe
13.12.2019Do Currículo à Sala de Aula foi o tema do 2º módulo de formação dos professores multiplicadores, bem como coordenadores pedagógicos e articuladores do currículo em Sergipe, realizado pela Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc), por meio do Departamento de Educação (DED), nesta quinta-feira, 12, no polo da Universidade Tiradentes, em Itabaiana. O público desse módulo reuniu os educadores das Diretorias Regionais de Educação 1, 2 e 3.
A implementação do Currículo de Sergipe ocorre em regime de colaboração com os municípios. Desse modo, a ampliação da oferta dessa formação continuada se deu a fim de receber também os professores dos anos iniciais e da educação infantil, professores especialistas, técnicos de regionais e das secretarias municipais de educação.
De acordo com a coordenadora de etapa do Ensino Fundamental, Kelly Valença, a formação compreende e discute as metodologias ativas de aprendizagem aplicadas em sala de aula e a avaliação. “Essa formação está ocorrendo em efeito cascata, do redator formador para o formador local, formando o professor regente de sala para que a gente possa qualificar o nosso plano de aula e plano de curso e modificar um pouco a nossa prática pedagógica alinhada ao currículo de Sergipe”.
Cerca de 300 professores dos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental foram distribuídos em oito grupos de trabalho (GT), correspondentes ao componente curricular que cada um leciona: Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Ciências, Educação Física, Arte e Educação Infantil. “É uma prática pedagógica voltada para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental alinhada a todos os princípios do currículo sergipano à luz da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)”, objetivou Kelly.
No GT de Língua Portuguesa, os facilitadores propuseram aos multiplicadores refletir sobre a teoria e embarcar em uma prática que cruza a implementação do currículo com foco no aluno a partir da perspectiva da autonomia. A professora e formadora do GT, Maria de Lourdes Oliveira Almeida, explica que o propósito é fazer com que o professor formule o material de trabalho, plano de aula e planejamento anual pautado nas metodologias ativas a que estão tendo acesso durante os módulos de formação.
O professor participante do GT de Língua Portuguesa, Luiz Alberto Prata, entende que a implementação da BNCC e da construção do currículo deve ser apropriada pelo professor. Ele aponta que trabalhar as metodologias ativas significa sair da base tradicional na qual o aluno é receptor e passar a se tornar agente da própria aprendizagem. “Eu tenho que estar inteirado com as dez competências gerais da base porque o currículo reverbera essas competências. A educação não é em tempo integral; é pela integralidade do ser. O ser é formado em vários aspectos, e a metodologia ativa é quem vai começar a ajudar o aluno a trabalhar em cima dessa nova forma de ensino que surge agora com o currículo de Sergipe”, concluiu.
Já no GT de Educação Infantil, a professora e formadora Ana Rita Ferreira elucida que, após desenvolver o conteúdo trabalhado no módulo 1, que ocorreu em setembro deste ano, com os eixos estruturantes, brincadeiras e interações, o módulo 2 aprofunda as temáticas voltadas para o direito de aprendizagem da criança paralelo às metodologias ativas. “É o aluno ser protagonista do próprio aprendizado. É partir dele o interesse e o professor ser o mediador dessa aprendizagem”.
Fátima Almeida, professora da Educação Infantil no povoado Lagoa do Mandacaru, em Poço Verde, esteve em Itabaiana para compreender com mais afinco as mudanças e melhorias sugeridas para o planejamento do regente de sala de aula. Segundo ela, o momento vai servir para pensar novas práticas pedagógicas a partir da compreensão do trabalho contextualizado.
Ciclo de formação
Para o Programa de Implantação da BNCC e do Currículo de Sergipe faz-se necessário formar os professores sergipanos com dois focos principais: instruir as escolas para a reelaboração do Projeto Político Pedagógico (PPP) e formar os professores nos conhecimentos necessários para que a Base e o Currículo cheguem até a sala de aula. Para tal, o processo de formação do PPP ocorreu em junho e julho e a implementação do Currículo e da BNCC iniciou-se em setembro deste ano com o primeiro módulo, mantendo o curso em dezembro, durante o segundo módulo, para, enfim, ser concluído em fevereiro de 2020.
Segundo o coordenador Estadual ProBNCC, Rogério Tenório, ao término do terceiro módulo, a pauta introdutória é encerrada com o objetivo de vincular Base e Currículo aos planejamentos de aula e anuais dos professores, apresentando temáticas importantes, como metodologias ativas, avaliação formativa, temas integradores, fundamentos pedagógicos da BNCC e do Currículo. “Toda essa temática é necessária para que o professor entenda quais são as mudanças que devem acontecer nas práticas de sala de aula a fim de que a gente possa fazer valer toda essa transformação que esses documentos novos estão trazendo”, concluiu.
A formação busca inserir as habilidades por meio da readequação do Projeto Político Pedagógico, além de assegurar as competências gerais da Base Nacional Comum Curricular para todas as etapas da Educação Básica. Neste cenário, em que o Currículo de Sergipe é aprovado para a Educação Infantile o Ensino Fundamental, a diretora do Departamento de Educação, Ana Lúcia Lima, justifica que o momento vai servir para abrigar as inovações que a BNCC e o currículo sergipano trazem.