Sergipe
14.04.2022Com o objetivo de fortalecer as práticas restaurativas e mediação de conflitos no ambiente escolar, a Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc) iniciou nesta sexta-feira, 8, a formação Cultura de Paz para equipes de 72 escolas de educação em tempo integral. Essa é a segunda edição do curso que pretende capacitar os diretores e coordenadores como multiplicadores para aplicar a metodologia em suas comunidades. A iniciativa é resultado da parceria entre o Núcleo de Educação em Tempo Integral (Ngeti) e o Departamento de Apoio ao Sistema Educacional, por meio do Serviço de Projetos Escolares em Direitos Humanos (Dase/Spedh).
A trilha formativa abordará a sensibilização sobre a importância da implementação da Cultura de Paz nas escolas e os marcos legais; Protocolo de Violência Praticada ou Percebida nas Escolas; Comunicação Não Violenta (CNV) como uma proposta de linguagem e comunicação empática e compassiva; Práticas Restaurativas no contexto escolar com abordagem da CNV; Orientações para a construção de Plano de Convivência Escolar; Exposição teórica sobre Círculos de Construção de Paz; Planos de Convivência Escolar; e Prática de círculo de Construção de Paz – aplicando um Círculo de Acolhimento. Os participantes receberão certificado de 20 horas/aula.
A chefe do Sepedh, professora Adriane Damasceno, explicou que toda essa metodologia está organizada ao clima escolar. “Um bom clima escolar impacta diretamente em tudo, seja na aprendizagem, no relacionamento. Já justiça, então, toda essa construção acontece diante da possiblidade de ter uma escola que protege, de uma escola segura. Tudo isso se reverte nessa compreensão, e para isso conversarmos com essas equipes de gestores, tendo como facilitadoras as professoras Ana Mércia Dantas e Nadja Bispo”.
“Essa ideia da Cultura de Paz nas escolas é uma política da rede estadual; é um compromisso de todos nós. A secretaria de Estado da Educação sempre vem trabalhando com essa temática como um compromisso de gestão. A gente precisa perceber que a questão socioemocional, dos direitos humanos e do respeito ao outro, além do clima escolar, é fundamental para os resultados que os gestores tanto procuram. O ambiente escolar precisa ser pensado como uma coletividade, como uma comunidade fortalecida do ponto de vista das relações interpessoais”, acrescentou Adriane Damasceno.
Para o diretor do Centro de Excelência Prefeito Joaldo Lima de Carvalho, em Itabaianinha, professor Hugo Francisco Carvalho, a formação chega em um momento oportuno, haja vista a importância de se ampliar as possiblidades para trabalhar o diálogo e a mediação de conflitos em situações adversas. “Vejo como uma ação necessária e de impacto significativo para as nossas escolas que atuam com um público específico e que passa o tempo todo na escola”, disse ele, frisando que a ocasião também servirá para se inspirar em práticas desenvolvidas por outras escolas no que se refere à cultura de paz.
O diretor do Centro de Excelência Professor João Costa, Rogério Luiz da Silva, acredita que as ferramentas do curso impactarão de forma positiva nas ações da escola. “Foram praticamente dois anos com esses alunos em casa, e esse retorno precisa de uma atenção maior da gestão. Eu entendo muito que, principalmente a gente do ensino médio, recebe o aluno da primeira série. Esses meninos não tiveram a mudança de chave e de amadurecimento, que acontece no oitavo e no novo anos do ensino fundamental, e nesse período eles estavam em casa. É como se esse estudante tivesse saído do sétimo ano do ensino fundamental direto para o 1º ano do ensino médio. Então a gente precisa de ferramentas e de conhecimento para poder conduzir melhor essa fase”.
A assessora de Infraestrutura do Ngeti, Luciana Oliveira Santos, explicou que o objetivo é fortalecer as equipes diretivas em todos os sentidos da gestão, “inclusive na mediação de conflitos. Pensando nesse período de pandemia, e a escola em si, por ser um ambiente diverso, é palco de muitos conflitos. Então a gente convidou o Sepdh para nos ajudar com a ferramenta na qual as próprias equipes consigam lidar com essas situações”, finalizou.