Contagem regressiva para o Enem

Rio de Janeiro

30.08.2023

A pouco mais de dois meses do Enem, Kauã Ronald Rodrigues, de 17 anos, vem redobrando os estudos. Ele é aluno do Colégio Estadual Marechal João Baptista de Mattos, em Coelho Neto, na Zona Norte do Rio, considerado referência na preparação para a avaliação nacional e em mudar, há mais de dez anos, a vida de muitos jovens, por meio do projeto “Enem na Escola”.  

— O projeto é fundamental neste período que antecede o exame. Aqui, fazemos simulados, redações e estudamos em grupo as principais matérias que vão cair na prova. Só tenho a agradecer à direção da escola e aos meus colegas por estarmos juntos em busca dos nossos sonhos. Sabemos que só com educação teremos esta possibilidade— conta o aluno da 3ª série do Ensino Médio, que quer cursar Biologia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Este ano marca um momento especial para o ensino brasileiro. São 25 anos do Enem que, ao longo do tempo, passou por algumas atualizações até se tornar uma das principais portas de entrada para universidades públicas e privadas do país.

—  Quando a avaliação se torna passaporte para o Ensino Superior, as redes públicas assumem mais um desafio que é dar efetividade na aprendizagem dos estudantes para que eles cada vez mais entrem em instituições federais e privadas. Esse é o compromisso da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro: exercer educação com qualidade socialmente referenciada, construindo cidadania — destaca a superintendente de Avaliação e Acompanhamento do Desempenho Escolar, Rosana Mendes.

A pedagoga Luciana Nunes fez a prova em 1998, ano em que o exame foi fundado.  Naquela ocasião, o Enem avaliava o desempenho dos estudantes que estavam no Ensino Médio.  

—  Feliz em fazer parte de um marco na educação brasileira. Este exame veio para universalizar o ensino no país. Quando eu fiz havia questões de interpretação, raciocínio lógico e redação — recorda a ex-aluna do Colégio Estadual Heitor Lira, na Penha, Zona Norte do Rio.  

Em 2009, o Enem se tornou o principal meio de entrada nas instituições federais e privadas. A avaliação foi totalmente reformulada, aumentando o número de questões, de 63 para 180, introduzindo a redação e ampliando a aplicação das provas para dois dias.

Para Jessica Almeida, bibliotecária formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ter feito o Enem, em 2009, foi a mola propulsora para realizar seu sonho.  

— Queria fazer graduação, mas financeiramente não era possível. O exame abriu meu caminho. Com a minha nota, cheguei até a conseguir bolsa de 100% em uma faculdade particular, mas o curso de bibliotecária só existia em universidade pública.  Na época, para fazer o vestibular da UFRJ, a primeira fase tinha como pré-requisito o Enem. Foi assim que consegui a vaga — diz a jovem, que é ex-aluna do Colégio Estadual Jardim Meriti, Baixada Fluminense.

Depois de várias mudanças, o Enem faz bodas de prata com muitas histórias de sucesso para contar. E as escolas da rede também comemoram o aniversário, destacando suas vitórias ao longo de duas décadas e meia e preparando seus alunos para as provas deste ano. Elas estão agendadas para os dias 5 e 12 de novembro, em todo o Brasil.

Foto: Ellan Lustosa - Seeduc-RJ