Notícias da Educação
18.06.2024Foi realizada na manhã desta terça-feira (18) pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, uma audiência pública para debater os impactos do “fator amazônico” em políticas públicas educacionais. O debate foi proposto pela deputada Professora Goreth (PDT-AP).
Representando o Consed, a secretária Ana Pacini (RO), enquanto gestora pública na área da educação, aproveitou o momento para falar sobre a experiência da região norte diante do debate. “Venho trazer a minha preocupação enquanto gestora pública de quando o Brasil vai enxergar a Amazônia além da mata mais preservada do mundo. Porque aqui habitam povos que precisam da sua subsistência. Confesso a vocês que o que eu mais recebo aqui no meu gabinete são soluções para o meio ambiente. Claro que toda a região amazônica preocupa-se com a preservação. Mas a gente também se preocupa com a sustentabilidade dos povos que moram aqui nessa região, e esses povos precisam de educação de qualidade, saúde, segurança e de condições de subsistência”, destaca.
Pacini ainda falou sobre dificuldades que Rondônia enfrentou devido à falta de transporte escolar fluvial e do tempo que as crianças ficaram sem ir à escola. “Hoje, em Rondônia, transporto mil alunos no transporte escolar fluvial e tem um custo anual em torno de 15 milhões de reais. Imagino o que seja o estado do Pará em relação a custos e o estado do Amazonas, que também depende dessa malha fluvial. E nós não temos apoio financeiro algum, nem do Ministério da Educação, os estados e os municípios sustentam esse transporte sozinho”, relata.
Outro assunto também apontado pela secretária como um desafio é a questão climática. “Quando está chovendo muito, as tempestades destelham as escolas. Quando está muito quente, os transformadores explodem o tempo todo. Nas nossas salas de aula, é impossível a gente falar em aprendizagem e melhoria da qualidade da educação se a gente não tiver um ar condicionado na sala de aula”, finaliza Pacini, destacando também que outro grande desafio é o PDDE. “Foi designado mais de um bilhão de reais para custear o PDDE em todos os estados. Para a região norte, era em torno de 200 milhões. Entretanto, 25% das escolas da região norte estavam inadimplentes e não conseguiram receber recurso”.