O posicionamento do conselho foi apresentado pelo o secretário de Educação do Pará, Cláudio Cavalcanti Ribeiro, nesta quinta-feira (10), na audiência pública sobre o Projeto de Lei 1530/11, que obriga as escolas de ensino básico a divulgar seu Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
“A forma como está sendo proposta a divulgação do índice pode trazer resultados indevidos, que agravem mais o desenvolvimento de escolas com resultados ruins.”, disse o secretário.
Segundo Cláudio Ribeiro, afixar a nota do Ideb na porta da escola só faria discriminar e constranger a comunidade escolar, em especial os estudantes.
“Tal medida agravaria o quadro perverso que se formou a partir da importância exacerbada, principalmente por parte da mídia, à questão do ranqueamento entre as escolas, seja em nível nacional ou local”, apontou.
O secretário também ressaltou que a iniciativa proposta traz, por aqueles que a defendem, a medida de incentivar a família participar da vida escolar dos filhos.
“O argumento é nobre. A importância da participação familiar na vida escolar do estudante é fundamental para o seu desempenho. Porém, em vez de estar mais presente na escola, a tendência da família poderia ser apenas tentar transferir os estudantes de uma escola para outra, o que não resolveria as mazelas do ensino.”
A presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Cleuza Repulho, e secretária-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marta Vanelli, também participaram do debate e compartilharam da mesma posição do Consed.
Ideb
Criado em 2007, o Ideb calcula aprovação e média de desempenho dos estudantes em língua portuguesa e matemática, seguindo uma escala de zero a dez. O indicador é apresentado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar e médias de desempenho nas avaliações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e a Prova Brasil.
Ascom/Consed
Fotos: Alexandra Martins/Agência Câmara e Luciano Franklin/Consed
10/5/2012