Sergipe
06.08.2021A Escola Estadual Professor Manoel Franco Freire, localizada no Bairro Jabotiana, em Aracaju, já está pronta para acolher os 153 estudantes que retornam às aulas presenciais no próximo dia 17, autorizadas pelo Comitê Técnico-Científico e de Atividades Especiais (CTCAE).
Antes mesmo de chegarem à escola, as famílias dos estudantes serão informadas sobre a escala de aulas em que um grupo de estudantes devidamente identificados por crachá com a cor de referência frequentará a escola a cada semana. No transporte escolar, o motorista irá observar a cor pertencente àquela semana, que será sempre azul ou vermelha.
Existe ainda o crachá de cor verde, referente à turma na qual há um número menor de alunos, o que significa poder frequentar todas as semanas sem a necessidade de rodízio. “O nosso objetivo é que não haja contágio de covid-19 na escola. Então, no início será um pouco difícil para as crianças até que elas passem a se habituar e a entender como é a escola agora”, explicou a diretora Adriana Azevedo de Souza.
Após a chegada da criança à unidade, o segundo passo é lavar as mãos antes de se dirigir até a sala de aula. Para isso, a escola reservou um cantinho muito acolhedor e bonito para as crianças criarem o hábito que será permanente também para o momento anterior ao início do lanche. Por toda a parte, há lembretes para não compartilhar material escolar e lanches, lavar as mãos com frequência e usar álcool em gel.
Ainda segundo a diretora Adriana, haverá a aferição de temperatura, e se for constatada uma criança ou adulto com 37.8°C será levada de volta para casa e, também não ocorrerá o recreio para evitar a aglomeração dentro da escola. Em caso de esquecimento da máscara por parte da criança, a escola conta com um estoque para esse fim, além de disponibilizar álcool em todas as salas. “No momento, a ideia é que possamos conseguir administrar o ensino presencial juntamente com a segurança da saúde das famílias”, concluiu.
As famílias têm autonomia para escolher se os filhos retornam ou não às aulas presenciais, porém, a diretora explica que elas podem mudar de ideia e entrar em contato com a unidade de ensino para inserir o aluno. Aquelas crianças que não voltam para a sala de aula nos próximos dias terão o acompanhamento por meio de material didático produzido pela escola. Fernanda Torres decidiu não esperar mais ao ver a ansiedade transformando a rotina de casa. Ela é mãe das irmãs Manuella e Giselle, que são alunas do Ensino Fundamental na Escola Manoel Franco Freire.
“Estou muito confiante com essa volta às aulas porque é necessária para elas e é preciso voltar a socializar. Em casa esse tempo todo as crianças ficam mais ansiosas, então prefiro que elas voltem para o convívio com os coleguinhas de modo que possam se sentir bem. E eu sinto segurança por parte da escola porque é muito organizada, e as minhas filhas já estão orientadas sobre o uso da máscara, álcool em gel e o distanciamento”, relatou Fernanda.
Para Franciele Santos Carvalho Costa, mãe do aluno Jhonas Nilson, a ansiedade aflora também. “É uma ansiedade e vontade que volte logo, mas ao mesmo tempo um frio na barriga. Eu vejo que a escola está bem preparada para esse momento, e o meu filho é uma criança que ouve os adultos e é obediente, por isso que aceitei voltar às aulas presenciais”, contou.
Escolas seguras
De acordo com um grupo de pesquisadores da Rede de Pesquisa Solidária, que monitora as políticas de enfrentamento à pandemia, Sergipe está entre os dois estados brasileiros mais seguros para retorno de aula presencial. Com 77 pontos, num índice de 0 a 100, quanto maior a nota, mais próximas as políticas públicas estão das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de autoridades sanitárias dos EUA e da Europa. A pesquisa foi publicada pela Folha de São Paulo no dia 11 de julho.
O Estado de Sergipe foi apontado como o que tem rigoroso protocolo de segurança e injeta nos cofres das escolas recursos financeiros, além de eficientes manuais, planos, portarias e comunicação oficial. Foram analisadas políticas divulgadas pelos governos até o dia 21 de junho de 2021. Coordenada cientificamente pela professora Lorena Barberia (Ciência Política-USP), a Rede de Pesquisa Solidária é uma iniciativa de pesquisadores para calibrar o foco e aperfeiçoar a qualidade das políticas públicas dos governos federal, estaduais e municipais que procuram atuar em meio à crise da covid-19.
O grupo de pesquisadores examinou decretos, portarias, comunicados oficiais e outros documentos, atribuiu notas às medidas associadas a oito áreas e criou um Índice de Segurança do Retorno às Aulas Presenciais (ISRAP) para comparar as escolhas dos gestores nas várias unidades da federação.
O secretário de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura, professor Josué Modesto dos Passos Sobrinho, afirmou que as escolas estaduais estão preparadas para o retorno das aulas presenciais, a ocorrer a partir do dia 17 de agosto.
“Sabemos que é um momento desafiador, mas pomos em prática todas as medidas para garantir que o retorno seja seguro. As escolas estaduais estão prontas para o retorno presencial”, disse Josué Modesto.
A Seduc tem o plano de retomada já estabelecido em 2020, e cada escola criou um comitê a fim de monitorar, avaliar e discutir todas as diretrizes, para a partir daí colocá-las em prática deacordo com a estrutura de cada uma delas. Todas as medidas compactuam com a volta às aulas condicionada ao cumprimento de uma série de diretrizes internas e externas, empoderando também os gestores para articular medidas a serem adotadas nas escolas.