Colégio Estadual Doutor Antônio Garcia Filho representa Sergipe na Mostra Nacional de Feiras de Ciências

Sergipe

08.11.2021

O Colégio Estadual Doutor Antônio Garcia Filho, localizado na cidade de Umbaúba, tem sido presença constante em eventos científicos, competindo com alunos do Estado de Sergipe e fora dele. O projeto "Casa de Farinha: da mandioca ao bioplástico", produzido pelos alunos Nallanda Victoria, Adriel Ribeiro, Gabrielle Silva dos Santos e Júlia Nunes Cardoso, irá representar Sergipe na 2ª edição da Mostra Nacional de Feiras de Ciências. O evento científico acontecerá no período de 14 a 17 de dezembro, no formato online, e contará com a participação de estudantes de todo o Brasil.

Para a realização do projeto, os alunos foram orientados pela professora Darcylaine Martins. O trabalho já foi premiado em diversas outras competições e feiras de ciências em anos anteriores. Ao todo, 50 projetos de estudantes de todo o país estarão participando. De acordo com a professora Darcylaine, essa segunda edição deveria acontecer no ano passado, mas foi adiada por conta da pandemia. Já na primeira edição realizada em 2019, a unidade de ensino participou do evento, que aconteceu em Mato Grosso, com o projeto "Laranjas: espremer, produzir, saponificar”. Desta forma, o Garcia Filho garantiu sua participação em todas as edições.

Os projetos selecionados que cumprirem todas as etapas de participação poderão receber auxílio financeiro de até R$ 4.200,00 para desenvolvimento das atividades de aprimoramento do projeto, mediante disponibilidade de recurso por parte do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

Ainda segundo a professora Darcylaine, em Sergipe os projetos são indicados pela coordenação da Feira Científica de Sergipe (Cienart), da Universidade Federal de Sergipe. Foram indicados os melhores projetos que participaram da Cienart, e o trabalho do Colégio Estadual Antônio Garcia Filho foi aprovado, sendo o único a representar Sergipe.

“Quando eles participam dessas firas fora do âmbito escolar, mostrando o trabalho que é produzido durante o ano, isso serve de incentivo para que outros alunos da escola comecem a se interessar e a procurar desenvolver trabalhos de pesquisa científica também dentro da escola. Serve de exemplo para os seus colegas, que começam a se interessar mais a partir da visibilidade que é dada ao projeto apresentado. Para a rede estadual, é importante mostrar o que Sergipe produz. Aqui já existem grandes projetos sendo desenvolvidos em diversas escolas da rede estadual e que precisam ser mostrados no âmbito nacional”, disse Darcylaine Martins.

Alunos comemoram

Os alunos que participarão da Mostra Nacional de Feiras de Ciência comemoram mais essa conquista. Para Adriel Ribeiro, a participação em mais um evento científico traz bons exemplos aos seus colegas de turma. “Eu vejo que por meio do nosso projeto, podemos não só influenciar toda uma gama de estudantes do ensino básico e público a fazer a ciência, como também estaremos indo para esse evento mostrar que Sergipe, que vem crescendo cada vez mais na produção de trabalhos científicos no ensino básico, também tem ciência de qualidade”, afirmou.

A sua parceira de grupo, Júlia Nunes Cardoso, reafirma a importância de mais uma participação. “Esses eventos são extremamente importantes, principalmente para alunos da rede pública, tendo em vista as dificuldades que passamos no ensino público, as quais, inclusive, muitas vezes levam até a evasão escolar. Então, participar desses eventos cria novas perspectivas, amplia horizontes e motiva os alunos a continuarem estudando e buscando o ensino superior”, ressaltou.

Já Gabrielle Silva dos Santos diz sentir muito orgulho. “Esse projeto, que foi feito com tanto cuidado e responsabilidade, mesmo sem termos os melhores materiais ou um laboratório muito equipado, ainda assim, até hoje tem rendido frutos. Ser escolhido para representar  Sergipe, sem sombras de dúvidas, é muita responsabilidade. Mas isso mostra o avanço do ensino público no meio científico, e isso me deixa muito feliz”, declarou.

A mesma opnião foi compartilhada por Nallanda Victoria. "Nós sabemos a realidade da ciência no país. Mesmo sendo bastante valorizada, ainda são poucos os investimentos em pesquisas. Um projeto de iniciação científica que vem de uma escola pública, onde nós não tínhamos acesso a um laboratório equipado para realização da nossa pesquisa, e mesmo assim, o nosso projeto conseguiu chegar tão longe, participando de feiras em nível nacional e internacional. É uma grande responsabilidade, mas também mostra para outros alunos que é possível, sim, uma escola pública desenvolver uma bela pesquisa e incentivar outros alunos de outras escolas públicas", disse.

Casa de Farinha

O projeto "Casa de Farinha: da mandioca ao bioplástico", desenvolvido pelos alunos do Colégio Estadual Antônio Garcia Filho, também foi contemplado com as duas primeiras colocações na Feira Brasileira de Jovens Cientistas (FBJC), que aconteceu de forma online, entre os dias 26 e 28 de junho de 2020, e já foi vitorioso na 9ª Feira Científica de Sergipe, (Cienart), que ocorreu em setembro de 2019, tendo conquistado o 2º lugar geral, além de outras premiações na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace).

O projeto buscou resgatar conceitos químicos presentes na produção da farinha de mandioca, tanto para exemplificar conteúdos de Química Orgânica e Ambiental, como para observar a comunidade onde os alunos vivem, tornando os conteúdos didáticos mais compreensíveis e motivadores. Foram realizadas visitas às casas de farinha do município para pesquisas de campo, quando os alunos perceberam a problemática no acúmulo das cascas da mandioca, seguidas de pesquisas bibliográficas em sites da internet e, por último, a experimentação para transformar as cascas do tubérculo em embalagens sustentáveis.

Pautado na contextualização do ensino da química a partir da produção de mandioca, o projeto culminou num percurso científico que mostrou a relação dos alunos da escola, filhos dos pequenos agricultores que dependem da produção da mandioca e outros tubérculos como fonte de renda e subsistência, buscando resgatar os conceitos científicos presentes na produção de farinha.