Pará
06.03.2023O ano escolar começou de uma forma diferente para a pequena Gabrieli Cristina, de 10 anos. Internada há quase um mês na Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC), em Belém, ela é uma das alunas participantes do programa Classe Hospitalar e Atendimento Domiciliar, que retomou as atividades na instituição nesta semana. Mesmo impossibilitada de sair de seu leito, Gabrieli realiza as lições sentada em sua cama. “Gosto muito”, disse a menina.
A classe hospitalar do HC já é realizada há 11 anos, por meio de convênio firmado com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), e busca recuperar a socialização de crianças e adolescentes, além de dar continuidade na vida escolar durante a internação hospitalar.
“Atualmente, 25 pessoas participam da classe hospitalar do HC. O projeto atende crianças, adolescentes e adultos por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Através de um cronograma disponibilizado pela Seduc, montamos o roteiro de exercícios e dinâmicas que serão realizados entre os alunos durante todo o ano letivo”, explicou Rita Carvalho, professora referência do programa no HC.
Ainda de acordo com a profissional, “o retorno é muito positivo. Conseguimos oferecer uma escolarização mais humanizada, evitando a quebra da rotina escolar de nossos pacientes”, disse. Para Rosa dos Santos, avó de Gabrieli, saber que, mesmo no hospital, a neta está participando de aulas, é reconfortante.
“Tínhamos a preocupação de ela não conseguir acompanhar as matérias que estão sendo lecionadas na escola dela. Com essa iniciativa, as professoras explicam exatamente os assuntos que ela já está estudando. Isso é excelente”, disse Rosa, agradecida.
Ao longo do ano letivo, diversas atividades serão realizadas entre os alunos. “Elaboramos atividades que estimulam a criatividade e inteligência de cada aluno. Queremos que eles desenvolvam habilidades com as disciplinas ministradas, além de conseguir acompanhar o cronograma das escolas onde estudam”, finalizou Rita.
Missão - Atualmente, a instituição conta com quatro profissionais capacitados para o ensino dentro de uma unidade hospitalar. Vanise Cavalcante é uma das professoras atuantes no projeto. De acordo com ela, “a classe hospitalar traz a perspectiva da continuidade dos estudos e devolve para a criança um pouco do mundo que deixou lá fora ao precisar ser hospitalizado, para fazer o tratamento de saúde”, afirmou.
Em todo o estado do Pará, o programa Classe Hospitalar e Atendimento Domiciliar, ligado à Coordenadoria de Educação Especial (COEES) da Seduc, conta com 50 professores e atende aproximadamente 600 alunos por mês em outras unidades hospitalares.