Ciclo Único em SP facilita a gestão pedagógica e colabora com o melhor rendimento escolar

Ciclo Único

29.10.2015

Na E.E. Doutor Luis Arrôbas, em São Paulo, todos os alunos têm idades entre seis e nove anos de idade. Eles vão chegando pouco antes de bater o sinal. Se sentam no chão do pátio ou nos bancos e começam a colocar em dia as brincadeiras da idade. São figurinhas ou cards espalhadas pelo chão, com bonecas competindo pelo espaço. Para atravessar o portão principal até a diretoria, temos que nos atentar com a correria do pega-pega, pois, só quando bate o sinal, as crianças formam a fila indiana para se dirigirem às salas de aula. 

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Essa é um dos modelos de Ciclo Único que a Educação vai estender em mais de 754 escolas com a reorganização, totalizando 2197 unidades segmentadas por faixa etária. De acordo com Idesp (Índice de Desenvolvimento de São Paulo), escolas com um único segmento têm rendimento de até 22% maior que as demais. Assim, 43% da rede pública passará a funcionar neste modelo a partir de 2016.

“Aqui eles não têm vergonha de brincar, ficam à vontade para serem crianças. Se fossem em outra escola que tivesse alunos mais velhos, eles ficariam com vergonha de serem crianças, pois muitas vezes tem o bullying. Aqui meu filho só tem a ganhar”, explica a Edma Gomes da Silva, mãe do aluno Paulo Ricardo de 9 anos. 

Edma preferiu trocar seu filho de escola porque na anterior as idades eram mistas e não sentia segurança. "Eu não gostava da outra escola, porque tinham adolescentes bem mais velhos e uma vez ele até se machucou por conta de uma brincadeira. Eu ouvi falar muito bem dessa escola e desse método de ensino. Gostei muito e estou muito feliz aqui", disse. 

Outros pais também apoiam a ideia e sentem mais seguros com a reorganização. “Eu acho esse modelo de ensino muito bom e vai ser melhor ainda se todas as escolas pudessem ter esse tipo de método. Eu me sinto muito mais seguro em ver minha filha estudando com crianças da mesma idade que a dela. Eu não tenho o que reclamar”, acrescenta Maurício Luz de Freitas, pai da aluna Nicolly Luz de 8 anos.

“Tudo aqui foi feito para que as crianças pudessem aproveitar bem o espaço. A biblioteca tem livros voltados para faixa etária deles e também criamos um espaço fazer as leituras compartilhadas. Eu acho que a tendência da reorganização é melhorar ainda mais a qualidade de ensino”, diz a professora, Maria Aparecida Mascarenhas Ferreira.

Para os educadores, o espaço físico da escola também é um fator importante para usar com atividades lúdicas, expor trabalhos e abordar assuntos específicos para cada faixa etária. “Uma escola que tem de Ensino Fundamental até o Ensino Médio, ter um cartaz com abecedário que faz importância no processo de alfabetização para a criança da primeira etapa, não faz sentido para o aluno do Ensino Médio. Já o aluno adolescente, em alguns trabalhos pode fazer  pesquisas sobre doenças sexualmente transmissíveis, Aids e não temos como expor isso em um ambiente de aprendizagem onde estão frequentando crianças de 6 e 7 anos”, explica a diretora, Maria Carolina Jerônimo.

“Eu gosto de brincar com amigos da mesma idade, porque na minha outra escola tinha adolescente que ficava falando coisa que não deve. Aí eu mudei de escola. Aqui na escola não nenhum adolescente e é muito legal. Agora eu mudei pra uma escolinha que só tem criança da minha idade, é muito melhor. Eu gosto muito do livros que tem aqui na biblioteca. Brinco muito também no pátio com minhas amigas de amarelinha e pega-pega,”finaliza a aluna Laura Braga Chafaly Vampré, de 9 anos.

Reorganização

A partir do ano de 2016, a rede estadual de ensino passará por uma reorganização, cujo o objetivo é aumentar o número de escolas divididas por ciclos: Anos Iniciais do Ensino Fundamental, Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Os alunos terão uma escola mais preparada para as demandas de cada etapa escolar e atenta à nova realidade de cada faixa etária. O processo favorecerá também na gestão das unidades e possibilitará a adoção de estratégias pedagógicas focadas na idade e fase de aprendizado dos alunos.

A Educação reuniu em uma página todas as informações sobre a reorganização da rede estadual paulista. No endereço é possível conhecer mais detalhes sobre a proposta, clique aqui.