Distrito Federal
14.05.2020CEF Arapoanga e CED Vale do Amanhecer já estão com a maioria das instalações revitalizadas. Trabalhos seguem em ritmo intenso, para que estudantes encontrem tudo pronto quando as aulas retornarem
Ao apresentar as obras feitas no Centro de Ensino Fundamental (CEF) Arapoanga, em Planaltina, o diretor da unidade, Jordenes Ferreira, fez questão de começar pelos novos banheiros dos meninos e das meninas. Não é para menos. Fazia 21 anos que esses cômodos aguardavam obras de reestruturação.
Quando questionado por representantes da Secretaria de Educação (SEE) sobre os locais em que pretendia utilizar a verba destinada à escola do Setor Arapoanga, ele não teve dúvida. “Não pensei duas vezes”, conta. “Em tempos de coronavírus, um banheiro novo e limpo daria mais higiene para os alunos quando voltarem dessa quarentena”. E assim foi feito.
Jordenes tem razão em começar a visita por lá. O encantamento ocorre já à primeira vista. Os dois espaços estão totalmente iluminados e limpos. Tudo novinho em folha. O piso, revestido por um porcelanato brilhante, fica ainda mais vistoso com a iluminação em lâmpadas de LED instaladas juntamente com os vasos sanitários e as torneiras. “Queremos receber nossos alunos de volta e em grande estilo”, diz o entusiasmado diretor.
A escola se encontra em excelente estado de conservação. As paredes das salas de aula, do corredor e da fachada parecem ter sido pintadas recentemente, de tão vivas que as cores estão. A pequena alameda com jarros de plantas dá um charme extra, quebrando a aparência rude comum em outras unidades.
Também chamam atenção os espelhos fixados no corredor de acesso às salas e à direção. Segundo Jordenes, a nova disposição contribui para reduzir o bullying. “O aluno passa aqui e se olha todos os dias”, explica. “Torna-se um referencial dele diariamente. Como eles estão sempre se vendo, prestam atenção em si e nos seus próprios defeitos, porque ninguém é perfeito”.
Essa metodologia é aplicada com frequência. Para ajudar a fortalecer a consciência de conservar tudo limpo e livre de depredação, Jordenes, que já foi professor, coordenador e supervisor, diz ter contado aos alunos a história do pai de um menino no Lago Sul que queria faltar à aula: “Ele vira para o filho e diz, apontando para um garoto que está na rua vigiando carros: ‘aquele menino está ali porque não estudou’. Eis que seu filho veste a roupa e vai para a escola. Então, eu viro para os alunos e digo a eles que sejam, ao menos, o dentista daquele senhor rico”.
Além do Centro de Ensino Fundamental Aropoanga, outras 64 unidades escolares também passaram por algum tipo de reparação. Para o Centro de Educacional (CED) Vale do Amanhecer, a reforma foi providencial. O medo de incêndio e desabamento, que tirava o sono do vice-diretor, José Neto Almeida, agora vai ficar só mesmo na lembrança. A rede elétrica da escola começou a ser trocada. São seis mil metros de fio que fazem funcionar as lâmpadas, ar-condicionado, tomadas e o quadro de energia.
Enquanto prosseguem as obras da fiação, a escada de acesso à parte superior, onde ficam 16 salas de aula, já foi entregue. São dois lances de degraus que agora receberam material novo, eliminando o risco de desabamento. “O antigo piso tinha uma camada de borracha que escondia a ferrugem”, conta o vice-diretor. “Então, quando descobrimos que a escada estava comprometida, resolvemos mandar trocar logo, para evitar problemas”.
As aulas ainda não têm dia e horário para começar. Enquanto isso, os funcionários de uma empresa terceirizada correm para entregar um outro serviço importante para aquela comunidade estudantil de 826 alunos: a cobertura da quadra poliesportiva. Para essa obra, serão investidos R$ 305 mil. “Vamos entregar a quadra prontinha para os alunos assim que eles pisarem aqui novamente”, garante José Neto Almeida.
Ary Filgueira, da Agência Brasília