Avaliação de Fluência acontece nas escolas da rede pública de Sergipe em regime de colaboração com os municípios

Sergipe

14.04.2023

Na Escola Estadual Euvaldo Diniz Gonçalves, em Aracaju, a avaliação de fluência é um dia em que todos da comunidade escolar convergem para um único objetivo: aferir a oralidade dos alunos do 2º ano do Ensino Fundamental por meio da coleta da leitura de textos, a fim de que seja avaliada a oralidade observando-se o ritmo, a entonação e a ênfase das palavras.

A escola é uma das 896 unidades de ensino que participam da avaliação de fluência em Sergipe, com um total de 21.143 estudantes participantes nos 75 municípios sergipanos. A avaliação 2023 é coordenada pela Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc), em parceria com a Associação Bem Comum e com o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAED), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), realizada no período de 4 a 14 de abril, com as escolas das redes públicas estadual e municipais que ofertam o 2º ano do Ensino Fundamental.

Aguardando na área externa da sala, a aluna Maria Luiza, 7 anos, contou que gosta de ler livros com animais, mas não sabia qual o tema do texto que iria ler na hora da avaliação de fluência. “Os bichos parecem reais no livro”, disse.

Ela entrou na sala e uma professora avaliadora já a aguardava com o celular em punho para colher a oralidade do texto lido por Maria Luiza. A leitura é gravada, sincronizada e enviada para o aplicativo CAED Avaliação, com o objetivo de ser analisada por especialistas. Eles classificam em alunos pré-leitor, leitor iniciante ou leitor fluente. Maria Luiza deixou a sala feliz por ter lido um texto que continha a formiga, a raposa e outros animais. O resultado da avaliação será o próximo passo.

A técnica do Serviço de Gestão do Sistema de Avaliação Educacional da Coordenadoria de Estudos e Avaliação Educacional (Segsae/Ceave), Helena Andrea, explica que a avaliação de fluência tem como objetivo aferir o desempenho dos estudantes em leitura de palavras e textos em Língua Portuguesa no início do Ensino Fundamental, porém vai além da avaliação. “O avaliador utiliza um instrumento diferenciado que é o celular, e a gravação é feita em uma sala que não é a sala de aula. Deixamos os alunos à vontade. Percebemos que muitos deles estão preparados para ler em qualquer lugar”, destaca.

A diretora da Escola Estadual Euvaldo Diniz Gonçalves, Manoela Campos, ressalta que a escola prepara os estudantes para a vida, e a estratégia de avaliar em uma sala que não seja a de aula é uma estratégia a mais para verificar se os alunos estão preparados para ler em qualquer lugar. “Eles leem em qualquer circunstância e são preparados para ser competentes. Essa troca também gera uma altoavaliação dos professores”, destaca.

Segundo a aplicadora e pedagoga da escola, Aldemara Mendes, a avaliação é um momento coletivo de emoção. Todos se envolvem de alguma forma, desde o vigilante ao professor. “Observar a evolução dos alunos é  emocionante. Ver a maturidade na leitura, ver a fluência, ver que eles estão aprendendo é saber que o objetivo do professor está sendo alcançado”, disse.

Municípios mobilizados

A maior parte do público-alvo da avaliação, os alunos do 2º ano do Ensino Fundamental, concentra-se nas redes municipais. Para que esse público seja atingido, a Seduc, por meio da Assessoria de Colaboração e Assistência aos Municípios e da Coordenadoria de Estudos e Avaliação Educacional, realizou formações e sensibilizações nos  municípios sergipanos.

O planejamento foi feito e cada município indicou um período de avaliação. Para que a avaliação chegue à etapa atual, Helena Andrea explica que houve uma primeira etapa ocorrida até 24 de maio, quando foi cadastrada e validada a base dos estudantes participantes. “A segunda fase da avaliação aconteceu com o processo de cadastro dos aplicadores. Conhecidos o público-alvo e o aplicador, a Seduc e as secretarias municipais de educação dão início à avaliação propriamente dita”, destacou.