Aulas de Mangá e histórias em quadrinhos estimulam aprendizado de alunos em SP

Desenho

02.10.2015

Bate o sinal da última aula às 12h20 e a Sala de Leitura da E.E. Caetano de Campos, localizada no bairro da Consolação, região central de São Paulo, enche para a aula de desenho ministrada pelo professor José Carlos de Araújo. A partir daí, os cadernos e lápis de escrever dão lugar às folhas de sulfite e canetas de colorir. 

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“Esse projeto começou o ano passado e de uma forma espontânea, com os alunos deixando os desenhos que faziam na sala de aula comigo. Nesse sentido, eu comecei a pendurar essas obras no mural da Sala de Leitura, até que chegou o momento que não cabia mais. Foi então que decidi fazer uma exposição com os desenhos deles e o interesse dos alunos em querer desenhar melhor foi crescendo”, afirma José Carlos. 

Na aula, realizada todas as quartas e sextas-feiras, desenhos do de mangás, estilo de origem japonesa, além de histórias em quadrinhos, são preferência dos estudantes, tanto do Ensino Fundamental, quanto do Ensino Médio. Antes, porém, o professor conta uma história relacionada à literatura ou um período famoso da história do Brasil para aguçar ainda mais a criatividade dos estudantes.

“Eu acho que com a aula de desenho, eu consigo deixar minha mente mais aberta para outras coisas. Por exemplo, a matemática entra mais fácil, porque a arte de desenhar precisa de muita coisa, ela envolve ângulo, traço, e tudo mais, então acho que é bem legal”, conta Izabella Santana.

“Eu acho a aula interessante, porque eu aprendo a desenhar varias outras coisas além de prédios, veículos e outras máquinas”, revela Nathan Rodrigues da Silva.

Há também os alunos que frequentam para aprender a fazer desenhos relacionados ao cotidiano, como carros ou prédios. “Eu gosto mais de fazer desenhos sobre cenários da cidade, natureza, essas coisas”, conta Josias Rodrigues de Oliveira Filho.

O projeto também conta com a participação do aluno do Ensino Médio, Pedro Tadeu Fonseca Fernandes Siqueira, aluno assistente, que tem a função de auxiliar o professor com duvidas que outros alunos possam ter durante a aula. “Eu comecei a ser aluno assistente na mesma época em que eu entrei no projeto. Minha função aqui é dar um pouco de assistência para alguma duvida de algum aluno. Eu gosto desse projeto porque ele pode ser satisfatório tanto no aprendizado que a gente passa pros alunos, quanto no aprendizado que a gente recebe também”, afirma.

“Esse projeto possibilita o aluno expressar nos desenhos a sua criatividade e suas emoções”, afirma Edina Aparecida de Souza Nardo, coordenadora da escola. 

Inspiração pelos livros da Sala de Leitura

As aulas de desenho não inspiram somente a aptidão artística dos alunos, como também estimulam sua curiosidade pelos livros da Sala de Leitura. Para o estudante do Ensino Fundamental, Paulo Ricardo das Virgens, a aula é uma oportunidade para procurar por livros do local. “Da Sala de Leitura, eu gosto dos livros que falam sobre plantas. Também gosto bastante dos que falam de gibis”, revela.

Na opinião do estudante do Ensino Médio, Joey Nino Gomes, a Sala de Leitura ajuda os estudantes a ter mais calma para realizar as atividades propostas na aula. “A Sala de Leitura é calma, da para você pensar mais. Eu, por exemplo, trabalho mais com o grafite e arte nuberal, que utilizam letras mais elaboradas e que necessitam de concentração” afirma.

Livros, jornais, folhetos, catálogos, vídeos, DVDs, CDs, orientações para pesquisa e letramento informacional. É com toda essa gama de material que os alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, do Ensino Médio e da Educação de Jovens e Adultos contam nas Salas de Leitura da Educação, um espaço pedagógico de trabalho interdisciplinar que incentiva a leitura e apoia o currículo escolar. No total, mais de 3 mil escolas estaduais já possuem Sala de Leitura. Saiba mais aqui.