Pernambuco
31.01.2020Um centímetro pode não fazer diferença na sua vida, mas foi capaz de transformar a de Jeohsah Santos. Hoje aos 20 anos, ele nasceu com uma má formação congênita na perna esquerda. Natural de Pesqueira, o pernambucano jamais imaginou ser atleta, até que foi apresentado ao paratletismo em 2012. Quatro anos depois, ele estava na final do salto em altura dos Jogos Paralímpicos do Rio-2016, maior competição do segmento no mundo, com apenas 16 anos. A meta para 2020: figurar novamente no certame, desta vez disputado em Tóquio, no Japão. Para isso, Jeohsah tem aperfeiçoado os treinamentos e aumentado a frequência com que vem ao Recife para treinar no Parque e Centro Esportivo Santos Dumont.
“A gente treina lá [Pesqueira] o que precisa, que é mais a parte de força e técnica, mas para o salto completo e para ver o que estou pecando nas competições, eu venho para cá. No Santos Dumont a estrutura é diferenciada, com equipamentos mais profissionais. Este ano venho com uma frequência maior, porque vou iniciar a sequência de competições, então preciso chegar forte em todas elas”, destacou o paratleta, que possui no calendário de disputas o Desafio CPB e CBAt e o Norte/Nordeste de Paratletismo, ambos realizados no Parque Santos Dumont. Em março, ele participa do Open Caixa de Paratletismo, em São Paulo, e ainda planeja competir o Mundial da modalidade, em Paris, no meio do ano. Todas as competições valem índice para os Jogos Paralímpicos, principal foco de 2020.
E é aí onde os centímetros fazem toda a diferença. Atualmente ele tem saltado 1,93m, enquanto o índice para se classificar para as Paralimpíadas é de 2,6m. “É um jogo de muito trabalho e paciência. Hoje, além dos treinos, carrego na bagagem a experiência da primeira paralimpíada, mas consciente de que subimos degrau por degrau. Antes era apenas um sonho, hoje é meta. Estou há anos me preparando e quero chegar pronto para disputar uma medalha. A primeira participação foi um presente que não esperava, porque é o auge do esporte, é o que todo atleta quer carregar no currículo”, garantiu Jeohsah, que no Rio alcançou a 6ª colocação geral.
Vale destacar que, de acordo com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), as próximas Paralimpíadas receberão cerca de 4400 paratletas de mais de 160 países em 22 modalidades. A Cerimônia de Abertura será no dia 25 de agosto, no recém-construído Estádio Olímpico. Serão 12 dias de Jogos, com 540 premiações com medalhas. “Todo o meu treinamento é voltado para estar lá. Depois do esporte, sou outra pessoa. Posso dizer que de 2016 para cá tudo mudou na minha vida, foi ali que aprendi que você pode ser e fazer o que quiser”, arrematou o saltador.
Bolsa Atleta Pernambuco
Jeohsah Santos faz parte dos programas do Governo do Estado desde 2017, quando passou dois anos no Time PE e agora figura no Bolsa Atleta. “O apoio, a ajuda e a parceria fazem com que a gente se mantenha no alto nível. Elas me permitem, por exemplo, sair da minha cidade para treinar em locais mais adequados, além de comprar equipamentos ideais para treino e competições. Essa parceria nos faz permanecer no alto rendimento.”