Ano letivo de 2022 inicia para cerca de 190 mil estudantes da rede estadual de Mato Grosso do Sul

Mato Grosso do Sul

04.03.2022

Cerca de 190 mil estudantes matriculados na Rede Estadual de Ensino (REE) retornaram, nesta quinta-feira (03.03), para as atividades presenciais nas 348 unidades escolares, dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul.

O início das aulas presenciais de 2022 acontece após a Jornada Pedagógica, realizada de 17 a 25 de fevereiro, nas unidades escolares da REE, seguindo o Protocolo de Volta às Aulas de Mato Grosso do Sul.

Conforme o calendário escolar de 2022, da Secretaria de Estado de Educação (SED), serão 205 dias para o ano escolar, com 13 sábados letivos, distribuídos em 200 dias letivos, 4 dias para a realização de Exames Finais, 1 dia para a realização de Conselho de Classe Final. O recesso acontecerá entre os dias 11 e 25 julho. O término do ano escolar está previsto para o dia 22 de dezembro de 2022.

Retorno seguro

Secretária de Estado de Educação Cecília Motta falou da importância do retorno das aulas presenciais, onde todos os cuidados foram tomados para receber os estudantes, com período de orientações e formações dos profissionais da Educação da REE (Jornada Pedagógica), com foco em questões como o Novo Ensino Médio, Recomposição da Aprendizagem e Protocolo de Biossegurança.

“Esse ano temos uma grande novidade: o ensino fundamental, além da camiseta, vai receber a bermuda. Tudo isso é para que o aluno possa ir para a escola, ter uma aprendizagem eficiente e uma educação de qualidade”, afirmou.

Com investimento total de R$ 17,6 milhões do Governo de MS, R$ 8.687.600,00 foram para a aquisição de 196.358 unidades dos kits escolares, divididos em dois tipos, para os estudantes dos ensinos fundamental e médio. Já R$ 9.006.762,85, são para a aquisição de 306.219 de camisetas e 149.747 bermudas, além dos uniformes que serão destinados para 1.5 mil alunos matriculados nas escolas cívico-militares da REE.

Estudantes Acolhedores

Entre os estudantes que retornam nas atividades presenciais em 2022 está Ana Luiza de Oliveira Bento, 16 anos, ela que cursa o 3º ano do Ensino Médio é acolhedora dos novos estudantes da Escola Estadual Emygdio Campos Widal, localizada no bairro Villas Boas em Campo Grande, que oferta ensino em tempo integral, através do Programa “Escola da Autoria”.

“Estou contente com retorno, enquanto estávamos longe, no ensino remoto era diferente, mais dificultoso, hoje estar com amigos, professores, nós nem conhecíamos eles direito, hoje temos oportunidade de trocar experiências e aprender muito mais no nosso projeto de vida e com o Novo Ensino Médio está sendo muito importante com novas matérias que estão sendo ótimas para nossa formação e o ensino em tempo integral exige dedicação e mostra que estamos no caminho certo”, enfatiza estudante acolhedora Ana Luiza.

João José Pereira Lacerda, de 19 anos é estudante egresso da EE Emygdio Campos Widal, mas faz questão de todo ano trabalhar como acolhedor dos novos estudantes. João José estudou de 2017 a 2019 na unidade, tenha sonho de ser médico veterinário, porém com acolhida percebeu sua vocação para sala de aula e fomentou o seu sonho em ser professor. Em 2019 passou em primeiro lugar em Ciências Biológicas na UFMS

“A reforma escolar é algo que precisava, se ficarmos no mesmo as coisas não acontecem, não podemos acomodar e inovar sempre a maneira de ensinar e a acolhida, com estudantes em sala de aula vai auxiliar, não apenas no desenvolvimento acadêmico, mas também no desenvolvimento pessoal, socioemocional do aluno e a pedagogia do acolhimento é de extrema importância, onde conhecemos as pessoas pelo nome, o ambiente é agradável o índice de aprendizagem é elevado”, afirma João José.

A estudante Rafaela Cecci Macedo do 2º ano do Ensino Médio fala da importância do retorno presencial “ no ensino remoto tinha muita distração em casa, então pessoal não tinha dedicação como no presencial, com retorno também volta toda realidade de estudar, de dedicação, de empenho, principalmente nas escolas de tempo integral, eu escolhi este ensino pois temos mais convívio com a vida acadêmica, nos dois períodos podemos sempre tirar dúvidas e nos preparar para ensino superior”.

A gestora Fernanda Bucallon Serafim, da EE Emygdio Campos Widal menciona que está iniciando um ano letivo muito especial, “com a intensificação da Campanha de Vacinação para COVID-19, após um ano e meio de ensino remoto, podemos receber nossos estudantes de forma totalmente presencial, mesmo mantendo as medidas de biossegurança ainda necessárias para este momento”.

“Nossa unidade faz parte do Programa “Escola da Autoria”, que oferece ao estudante uma formação pautada nas competências para o século XXI e para o mercado de trabalho, promovendo jovens autônomos, Solidários e competentes”, relata Fernanda.

Fernanda Bucallon lembra que desde 2017 as “Escolas da Autoria” trabalham na vertente de atender aos estudantes com uma formação integral, unindo conhecimento acadêmico e a formação socioemocional, “contudo, a partir de 2020, com a implantação da Lei federal do Novo Ensino Médio, passamos a oferecer também aos estudantes opção de escolha de um aprofundamento de área de conhecimento, possibilitando direcionamento para uma carreira profissional”, finaliza.

Pantanal

Na região do Pantanal, de acordo com Coordenadoria Regional de Educação (CRE-3) de Corumbá, estão matriculados mais de 7.279 mil estudantes na Rede Estadual de Ensino em 13 escolas de Corumbá (11) e Ladário (2). Entre os estudantes está Mateus de Oliveira Santos, 16 anos, do 2º do Ensino Médio da Escola Estadual Júlia Gonçalves Passarinho. No ano passado Mateus foi eleito presidente do Grêmio Estudantil da sua unidade escolar e hoje é acolhedor da JGP.

“Eu estava ansioso pelo retorno das aulas, finalmente, vamos ter aulas presenciais desde o começo do ano letivo. Decidi fazer parte da equipe de acolhedores, pois gosto de conversar, interagir, participar das atividades da escola e aqui no JGP eu achei esse espaço, onde nós estudantes podemos colaborar”, menciona Mateus.

Mateus Santos lembra também dos novos desafios na aprendizagem, “a novidade deste ano é o Novo Ensino Médio e encaro como algo bom, pois poderei conhecer um pouco mais de outras áreas, como linguagens, disciplinas técnicas das áreas jurídica e jogos, e assim, quem sabe, definir a minha profissão, se seguirei mesmo no campo de publicidade, ou, para a área jurídica”, finaliza.

Novo Ensino Médio

Para o retorno, os estudantes da Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul contam com as entregas dos kits e uniformes escolares que, juntos, somam R$ 17,6 em investimentos. Serão mais de 196 mil kits escolares 306 mil camisetas e quase 150 mil bermudas, além dos uniformes que atenderão cerca de 1,5 mil estudantes matriculados nas escolas cívico-militares da REE.

Entre as novidades para este ano, está a implementação do Novo Ensino Médio nas escolas que trabalham com a oferta desta etapa da educação básica. A mudança vai promover uma nova estruturação do currículo, com uma composição comum a todos os estudantes, intitulada Formação Geral Básica (FGB) e uma composição flexível, chamados de Itinerários Formativos (IF), cuja proposta é garantir a autonomia do estudante na escolha entre diferentes roteiros para sua formação.

Em Mato Grosso do Sul, a novidade será aplicada nas três séries do Ensino Médio já a partir deste ano, após 1 ano de aplicação em formato de projeto-piloto, em 122 escolas de Ensino Médio da Rede Estadual de Ensino em 2021.

Escola da Autoria

O avanço do Ensino em Tempo Integral tornou uma das prioridades do Governo de Mato Grosso do Sul nos últimos anos. Com a formatação da proposta e planejamento realizado pela SED, o trabalho ganhou força e o resultado foi um aumento constante no número escolas da Rede que trabalham a oferta dessa modalidade, por meio do Programa Escola da Autoria, criado em 2015, e que chega ao total de 132 escolas em 2022.

Colocado em prática em 2016, no ano seguinte o Programa já contava com 11 escolas e se fazia presente nos municípios de Campo Grande, Dourados, Corumbá e Naviraí. A redução nos índices de abandono, aumento na taxa de aprovação e crescimento do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), observado nas escolas que colocaram a proposta em prática, chamaram a atenção e logo se tornaram marcas da iniciativa.

Adersino Junior, SED