Alunos do Colégio Estadual Maria Justiniano Fernandes criam grupo de estudo para debater mudanças do clima

Rio de Janeiro

10.10.2024

Uma ideia simples, repleta de significados, tem mudado a rotina dos alunos do Colégio Estadual Maria Justiniano Fernandes, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Com muita criatividade, foi formado um grupo de trabalho dinâmico, atual e com foco nas questões do clima: o Comitê Climatec. O projeto está fazendo muito sucesso na escola, atraindo cada vez mais o interesse da comunidade local.

– Viver o Comitê Climatec é muito mais do que só participar de um projeto extracurricular, é ter a oportunidade de vivenciar e aprender coisas novas e poder explorar um universo até pouco tempo era desconhecido por alunos de escola pública. Ele vai muito além de um simples projeto, é a prova viva e prática de que, com o estudo, nós podemos chegar a lugares aos quais jamais imaginaríamos chegar. É a prova real de que é possível – comentou Nathan Rodrigues Nascimento, de 18 anos, aluno da 3ª série do Ensino Médio da unidade.

O Comitê Climatec é um grupo de estudos, que utiliza tecnologia (arduíno e seus componentes) e arte, fazendo protótipos a partir de papelão e outros recicláveis, com sensores programados para funções inteligentes, com o objetivo de debater problemas ambientais e climáticos buscando ampliar o debate, o conhecimento e a justiça climática.

– Fazer parte do Comitê é incrível. O fato de ir para a Rural (UFRRJ) e assistir às aulas com os alunos e com a professora da universidade é uma experiência sensacional de muita aprendizagem para mim. Isso me possibilita aprender mais e ter um maior conhecimento sobre determinados assuntos, como o estudo sobre clima, saber como funciona a estação meteorológica e suas funções. Estar no Climatec é muito importante, porque é um projeto no qual eu vejo muita evolução para mim – afirmou Sophia Dias Almeida, de 16 anos, aluna da 1ª série do Ensino Médio.

O grupo é formado pelo professor Júlio César Manoel, de Geografia, e 10 alunos do colégio, em parceria com o Laboratório de Ensino de Clima da UFRRJ, coordenado pela professora Cristiane Cardoso. A equipe se reúne no laboratório do Instituto Multidisciplinar às segundas-feiras e no colégio, às terças-feiras, sempre no contraturno. A participação dos alunos é voluntária.

– A experiência de coordenação do Comitê Climatec tem sido extremamente enriquecedora, tanto para mim quanto para os alunos. O projeto, que une tecnologia, arte e ciência, oferece uma oportunidade única de aprendizado colaborativo e prático, permitindo que os estudantes vivenciem a realidade de pesquisa e ampliem suas perspectivas. Ver a evolução deles ao longo do tempo e acompanhar a criação de soluções para os desafios climáticos é gratificante. Esse envolvimento não só desperta neles um senso de responsabilidade socioambiental, mas também os prepara para o futuro, dando-lhes ferramentas para se tornarem agentes de mudança em suas comunidades. O Comitê prova que o conhecimento, quando acessível e transformador, abre portas e constrói pontes para um futuro mais justo e sustentável – declarou o professor Júlio César Manoel.

E o grupo está com a agenda cheia, com diversos eventos até o fim do ano, como a Semana Nacional de Tecnologia e a CONEPEG, da UFRRJ. Os alunos do Justiniano serão os únicos da rede estadual que irão ministrar a oficina.

– Participar do Comitê Climatec mudou completamente minha forma de enxergar o mundo. Perceber a gravidade da crise ambiental e entender que não podemos continuar no caminho em que estamos foi algo que me transformou. No Climatec, tenho a oportunidade de aprender e me preparar para realmente fazer a diferença, contribuindo para melhorar o meio ambiente e transformar o lugar em que vivo – disse Rodrigo Dineli, de 16 anos, aluno da 2ª série do Ensino Médio.

A iniciativa está sendo elogiada e tem conquistado a comunidade local, que apoia os alunos nesta ação, além da direção da escola, que busca sempre, através de inovações e criatividade, levar os conteúdos aos alunos, para a formação de cidadãos de bem.

– Sempre que um professor vem com um projeto, fico feliz em poder apoiar. Acho que essa é a função de um gestor escolar: tornar possível o funcionamento da escola, mas também viabilizar e incentivar o que vai além e que oportunize algo a mais a nossos alunos – concluiu a diretora da unidade, Adriana Igrejas.

Foto: Divulgação - Seeduc-RJ