Alunos do alto sertão sergipano idealizam tecido biodegradável produzido com palma forrageira

Sergipe

16.07.2024

Estudantes do Centro de Excelência 28 de Janeiro, do município de Monte Alegre, por meio do projeto ‘BioTecPalm: tecido biodegradável feito a partir da palma forrageira’, tem se destacado na 76ª reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em Belém, no Pará, com a produção de um tecido biodegradável com baixo custo e orgânico, utilizando a palma forrageira como matéria-prima, muito existente no alto sertão sergipano.

Desenvolvido pelos alunos Kevelyn Letícia Santana, Antonio Lucas Oliveira e Kaike Oliveira, Anne Elis e José Saullo, sob orientação da professora Helayne Santana, o projeto BioTecPalm surgiu como uma resposta às crescentes preocupações ambientais associadas à indústria do couro, que, historicamente, utiliza métodos que podem ser altamente poluentes e prejudiciais ao meio ambiente. A equipe responsável pelo projeto empenhou-se em encontrar uma solução que não apenas diminuísse o impacto ambiental, mas também fosse economicamente viável para o setor.

Durante as pesquisas, os alunos se depararam com a palma forrageira, uma planta abundante no alto sertão sergipano, a qual tradicionalmente era subestimada e pouco valorizada. No entanto, após uma análise mais aprofundada, a equipe descobriu que a palma forrageira tinha características únicas que a tornavam uma excelente matéria-prima para a fabricação de um couro biodegradável e na produção de utensílios de decoração e moda, conforme conta a professora responsável pelo projeto, Helayne Andrade.

“Chegamos à conclusão de que a palma seria o material ideal após percebermos a abundância existente em nosso município e o quanto agregaria um valor cultural na nossa região. Além de ela ter um maior custo-benefício em relação a outros materiais, sendo utilizadas na confecção de jaquetas, carteiras, casacos, cintos e outras partes de vestuário, é também utilizada na forragem de cadeiras, estofados e encapamentos no geral”, pontua a professora.

Esse novo material não só promete ser mais sustentável ambientalmente, como também tem o potencial de ser integrado de maneira eficiente nos processos industriais existentes, oferecendo uma alternativa viável ao couro convencional. Além disso, a utilização da palma forrageira pode trazer benefícios econômicos para a região do sertão sergipano, promovendo a agricultura local e criando novas oportunidades de emprego. Deste modo, o BioTecPalm não só busca enfrentar um desafio ambiental, mas também visa promover o desenvolvimento sustentável e econômico da região, servindo como um exemplo de como a inovação pode emergir por meio do uso inteligente de recursos locais.

Feiras científicas

Os pesquisadores já participaram de muitas feiras científicas dentro e fora de Sergipe. Ganharam em 1º lugar na Feira de Ciências Monte-Alegrense (FECIMAG) na categoria Ensino Médio, além do 1º lugar geral da feira, ganhando então a credencial para a feira de Ciências de Sergipe (Cienart) 2023 e a credencial para a Feira Territorial de Ciências do Alto Sertão Sergipano. Passaram pela Feira de conhecimento e arte (Feconart) recebendo a credencial para a Feira Integrada de Ciências do Instituto Federal de Alagoas (Fecin), em Alagoas; Cienart (Universidade Federal de Sergipe) menção honrosa em Empreendedorismo e credencial para a 76a. Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e 31º SBPC JOVEM; Feira Territorial de Ciências do Alto Sertão Sergipano (Universidade Federal de Sergipe - Campus Sertão) ganhando o 1º lugar geral e credencial para a Mostra Nacional de Feiras de Ciências (Brasília–DF); Hackaton: Oásis Inovação no sertão - 3° lugar geral. Além da participação no Nexos podcast, em um episódio especial no canal em que divulgaram a iniciação científica da região e escola.

Atualmente, eles participam da SBPC em Belém, no Pará, juntamente com outros dois projetos sergipanos. O pesquisador Antônio Lucas Oliveira escolheu participar do projeto, pois sempre gostou de tudo que envolvia a área da ciência, e a partir do BioTecPalm ele estava envolvido em algo de que realmente gostava, e chegar à SBPC para ele é realizar um sonho que contribuirá para sua formação. “Participar da SBPC contribuiu muito para o meu aprendizado, pois me proporcionou ver coisas que não percebia estando apenas na sala de aula. E toda essa troca de conhecimento foi muito importante para o meu desenvolvimento tanto escolar como pessoal”, finaliza Antônio.