Sergipe
18.07.2023Sirene acionada, alunos enfileirados, extintores testados. Estas foram algumas das ações que integraram uma atividade inusitada, ocorrida na tarde de quarta-feira, 12, no recém-inaugurado Centro de Excelência Paulo Freire, no bairro Industrial, em Aracaju. Trata-se de um treinamento de prevenção e de combate ao incêndio em ambiente escolar, realizado pela unidade escolar, em parceria com profissionais de segurança do trabalho e de segurança contra incêndio.
Práticas comuns nas escolas e universidades de países desenvolvidos como Canadá, França e Estados Unidos, os exercícios de simulação de combate a incêndio ainda são pouco habituais no Brasil. Por este motivo, falta experiência e sobram dúvidas aos estudantes e professores na hora de lidar com situações de risco dessa natureza.
De acordo com a professora de Química e idealizadora do evento, Lucileide Nogueira, o objetivo do treinamento é sensibilizar os estudantes sobre o uso adequado dos equipamentos que integram o sistema de proteção contra incêndio, bem como a necessidade de a escola constituir uma brigada de incêndio que possa traçar um plano de emergência.
“A escola foi reformada e entregue no último dia 10 de março, com equipamentos contra incêndio, além de iluminação e sinalização de emergência. No entanto, percebemos que os alunos não têm conhecimento sobre como devem se portar diante de uma situação de emergência. Também não sabem identificar se um equipamento está em conformidade ou não para o uso e a forma correta de utilizá-lo. Por esta razão, firmamos uma parceria com empresas da área para a realização de palestra e simulação com nossos alunos”, explica a professora.
Durante o primeiro momento do treinamento, o engenheiro de segurança do trabalho e de segurança e combate contra incêndio, Josefran Amorim, palestrou sobre as medidas de prevenção e de combate ao incêndio em ambiente escolar. Segundo esse profissional, as medidas de prevenção e de proteção contra incêndio podem ser divididas em duas categorias: medidas de proteção passiva e medidas de proteção ativa.
As medidas de proteção passiva são aquelas incorporadas, desde a etapa de projeto, ao sistema construtivo e que reagem passivamente ao desenvolvimento do incêndio, de modo a não contribuírem com o crescimento e propagação do incêndio. “Deste modo, tanto facilitam a fuga dos usuários do edifício quanto permitem o ingresso de pessoal treinado para as operações de combate e resgate”.
Já as medidas de proteção ativa são aquelas que entram em ação quando acionadas automaticamente e/ou manualmente. “A essas estão vinculadas as provisões dos seguintes equipamentos e sistemas: equipamentos portáteis (extintores); sistema de hidrantes e mangotinhos; sistema de detecção e alarme; sistema de iluminação de emergência; e sinalização de emergência.
“Nós mostramos aos alunos a importância de não utilizarem indevidamente os equipamentos para que na ocorrência de um incêndio ou princípio de incêndio, os equipamentos estejam aptos a ser utilizados. Também mostramos como funciona todo o processo de combate ao incêndio e como eles devem se comportar, no caso de princípio de incêndio, saindo do ambiente interno até a parte externa da escola, com segurança”, enfatiza Josefran.
Na avaliação da aluna Kauane Aparecida, o treinamento foi muito proveitoso. “Esse é um tema importante, pois os alunos e professores precisam aprender a prevenir, mas também combater incêndios. Atividades como essa deveriam acontecer com mais frequência nas escolas”, conclui.
Brigada de incêndio e Plano de emergência
Outro aspecto enfatizado pelo profissional foi a necessidade de a escola constituir uma brigada de incêndio que formule ações dentro de um plano de emergência. Dentre as ações propostas estão: eleger uma coordenação geral do plano de emergência; eleger um grupo de combate do qual façam parte a equipe de combate a vazamentos e a brigada de incêndio; eleger um grupo de apoio do qual façam parte a equipe de vigilância e evacuação, a equipe de manutenção e a equipe de comunicação; demarcar previamente a rota de fuga para saída da edificação; nomear um responsável para o desbloqueio das passagens, no caso de haver grades ou portas que estejam nas rotas de fuga do edifício; nomear um substituto que assumirá imediatamente, em caso de falta do responsável, a responsabilidade pela abertura de portas e grades que fizerem parte da saída do edifício; nomear um responsável para, em caso de sinistro, alertar aos ocupantes de todas as áreas da escola acerca da ocorrência do incêndio, independentemente da ação do alarme de incêndio; demarcar previamente um ponto de encontro para os ocupantes por andar da edificação; demarcar previamente o local de entrada das viaturas de socorro.