Alunos da rede estadual do Pará têm trabalhos em Seminário com instituições de todo país

Pará

27.11.2023

Diante das atividades e práticas pedagógicas diferenciadas desenvolvidas, neste ano, na Escola Estadual Benjamin Constant, em Belém, estudantes do primeiro ano do Ensino Médio participaram do XII Seminário de Institutos, Colégios e Escolas de Aplicação (XII SICEA), realizado no período de 23 a 25 de novembro, na Universidade Federal do Pará (UFPA), na capital paraense. 

O primeiro trabalho foi a exposição de banner com o tema “Reconhecimento e valorização da estética, história e cultura dos povos amazônicos", onde foram destacados os resultados e a importância das atividades desenvolvidas na unidade escolar, durante o Dia Nacional de Combate e Denúncia contra o Racismo, celebrado no mês de maio, além de promover a beleza estética desses povos, dos quais fazem parte, assim como da história e cultura, para que todos possam sentir orgulho das suas raízes, se posicionando contra quaisquer atitudes que busquem negar e desvalorizar aquilo que lhes pertence. 

A frente nesta primeira apresentação, estiveram os estudantes, Anthony Paes e Paola Conceição. “Para mim foi uma experiência única, algo novo. Eu acho que a importância foi dar, para nós alunos do ensino público, mais protagonismo e levar para as pessoas essa questão da estética e da nossa ascendência afro-indígena, que muitas vezes a mídia não fala ou muitas vezes as pessoas não conhecem. Então, com tudo isso, percebi que ainda tenho mais coisas para aprender. Só tenho a agradecer”, disse Paola Conceição. 

O segundo trabalho foi a oficina de pinturas corporais afro-indígenas, também decorrente dessas atividades do mês de maio, onde foi destacado pelos estudantes Douglas Nunes e Letícia Gomes, os valores identitários, sociais, estéticos e culturais das pinturas corporais de diversos povos e etnias africanas e indígenas, reforçando a beleza estética e o empoderamento afro-indígena de seus povos. 

Durante a oficina, os estudantes ainda ensinaram ao público, vindos dos Estados do Maranhão, Minas Gerais e Santa Catarina, alguns grafismos indígenas e africanos, e realizaram pintura corporal.

“Eu achei muito importante essa atividade que nós fizemos para aprender um pouquinho da nossa cultura, através dos ritos das pinturas corporais. E foi muito bom para conhecer mais da nossa história, conhecer as finalidades de cada pinturas, e isso entre muitas coisas boas que a gente conheceu”, conta 
Douglas Nunes. 

O grupo foi orientado pelo professor Rodrigo Santos, de Sociologia, que também contou com apoio das professoras Josiane Souza e Sabrina Forte, educadores das disciplinas de História e Geografia, respectivamente. Além da vice-diretora da escola, Monika Reschke. 

“Foi surpreendente ver a reação e o envolvimento deles, desde a saída da escola até à UFPA, onde a maioria não conhecia a Universidade Federal. Eles foram muito elogiados durante as apresentações. Como professor, me sinto muito realizado e agradecido pelo protagonismo e a coragem deles (estudantes) de encarar todos os padrões que a sociedade estabelece que de modo geral são heranças da colonização. Então a atividade marcou a vida deles de maneira muito especial”, conta o professor Rodrigo Santos. 

O SICEA - Organizado pela Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará (UFPA), o Seminário busca proporcionar a integração entre instituições de ensino sobre temas comuns ligados ao cotidiano da Educação Básica trabalhada, o XII Seminário de Institutos, Colégios e Escolas de Aplicação retorna a Belém, após quatorze anos. Com o tema “Inclusão e diversidades: percursos democráticos na Educação Básica”. 

O evento tem abrangência nacional e ocorre desde 1987, com conferências, mesas temáticas, mostras de trabalhos e diversas outras atividades. O encontro se caracteriza como um grande fórum de discussão sobre os processos educacionais voltados para a educação básica.



Texto Bianca Rodrigues / Ascom Seduc