No Amapá
02.09.2020Por Valdeí Balieiro
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seed), está atendendo todos os estudantes da rede de ensino com os inúmeros recursos disponibilizados. São mais de 120 mil estudantes atendidos, sendo 3.326 alunos do ensino especial, segundo o último senso de 2019.
Para garantir o aprendizado de 274 alunos surdos ou com deficiência auditiva, o governo do estado organizou e adaptou conteúdos que vão desde aulas pela TV Assembleia e transmissões ao vivo pela plataforma do YouTube com traduções simultâneas, até a continuidade do acompanhamento do tradutor e intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) com seus alunos.
De acordo com a gerente do Núcleo de Educação Especial (Nees), da Seed, Maria Rosa Conceição, treze profissionais intérpretes foram disponibilizados antes mesmo da pandemia e trabalham diretamente com os alunos surdos e deficientes auditivos desempenhando tarefas multifuncionais.
“Oferecemos intérpretes de libras para os alunos surdos. Esses profissionais já estavam nas escolas realizando esse trabalho. Agora, eles têm um cronograma montado, juntamente com as escolas, para dar esse suporte a esses alunos. É diferente porque é um trabalho remoto, mas tem muita importância. Não podemos parar e nem deixar nosso aluno para trás.”, disse Maria Rosa.
Para a professora e intérprete de Libras da Escola Estadual Antônio João, Izanete Almeida, esse trabalho envolve duas vertentes com transmissões ao vivo e gravação de videoaulas, além do acompanhamento.
“Nós temos duas vertentes, sendo a primeira lives com palestras, informes para a comunidade escolar; e a segunda com videoaulas. No meu caso, ainda acompanho um aluno por quase um semestre que não sabe ler nem escrever e está em processo de aquisição da sua língua natural, que é a Libras. Então, ele precisa de um acompanhamento mais específico”, explicou a professora Izanete.
Segundo o Nees, as videoaulas são bastante visuais, porque o aluno surdo se utiliza muito da visão. Depois de gravado e editado, o conteúdo é postado num canal no YouTube criado especificamente para o aluno. E, finalmente, o link é encaminhado para o Whatsapp do pai que também acompanha esse aluno e registra com fotos e vídeos da resolução das atividades.
Professor e intérprete de libras na Escola Estadual Profª Raimunda Virgolino, Del Melo, conta que as transmissões das aulas ao vivo seguem as especificidades dos alunos, levando em consideração aquele que ainda está aprendendo a língua de sinais.
“Trabalhamos de forma remota onde recebemos os conteúdos dos outros professores e realizamos a tradução, em transmissões ao vivo, para que o aluno especial tenha o entendimento daquilo que é repassado. As traduções das aulas demandam mais tempo devido a especificidade do aluno, que é dependente de imagem para uma melhor compreensão dos conteúdos”, comentou Del Melo.