Inovação e Tecnologia
01.08.2019Texto de Ana Carolina Lima
Em sua terceira edição, a Mostra de Ciências da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Escola Estadual Fernandina Malta, situada em Rio Largo, trouxe ideias inovadoras. Dentre elas, está a criação de uma maquete com a proposta de implementação de energia eólica em residências de difícil acesso para energia gerada em represas. Moura Balbino da Silva, estudante do primeiro período da EJA do ensino médio, é o responsável pela elaboração do trabalho para a Mostra.
Para este ano, Sustentabilidade e Fenômenos Climáticos foi a temática escolhida para a criação dos trabalhos apresentados. A produção do modelo eólico de Moura contou com a utilização de materiais reciclados – papelão, cano de PVC e um motor de aparelho de DVD –, somados com a fiação e caixa de armazenamento de energia.
Segundo o aluno, a aplicação da hélice aconteceria, primeiramente, em locais de maior altitude e interioranas. Ele ressalta ainda a importância da caixa de armazenamento – sem ela, os eletrodomésticos poderiam queimar pois a variação da quantidade de vento na hélice implicaria numa maior ou menor distribuição de energia; a caixa ainda é responsável pela transformação da voltagem, diferente nas diversas partes do país.
“Como o vento é um elemento natural, tem momentos que as hélices não giram. Nesse caso, não haveria energia no ambiente e a casa de força serve para armazenar a energia para os dias com menos vento e serve também para organizar esta energia, de forma que os eletrodomésticos não sejam prejudicados. O motor de DVD foi escolhido porque ele tem uma bobina e magnético, é um gerador de energia pequeno, para caber na maquete”, comenta.
Motivação – Moura Balbino diz ainda que o incentivo por parte dos professores é grande e que estes são amigos dos estudantes. Retornando de uma pausa nos estudos de 19 anos, o aluno está animado com as aulas e os trabalhos que vem realizando na Fernandina Malta, sempre com apoio dos professores.
O gestor-geral da unidade, André Oliveira, relata que a equipe pedagógica da Fernandina Malta tem um olhar diferenciado para a EJA . Segundo ele, os profissionais trabalham de maneira alinhada para que a modalidade possa ter resultados e os estudantes se sintam motivados a concluir os estudos.
“O aluno gosta de se sentir à vontade na escola, como se fosse a extensão da casa dele. Quando ele chega e encontra essa acolhida, ele quer permanecer e quer desenvolver esse tipo de trabalho. Acompanhando e avaliando os trabalhos das turmas, eu fiquei muito emocionado porque estou como gestor, mas, na verdade, sou um professor de ofício, então sempre fico muito feliz quando presencio momentos como esse", diz.
Aldileide Correia é coordenadora da EJA na unidade e relata que a equipe pedagógica da Fernandina Malta se preocupa em elaborar projetos e propor atividades que interessem aos estudantes da modalidade, como maneira de diminuir a evasão. De acordo com Aldileide, a Mostra de Ciências surgiu como uma dessas propostas, que une aprendizado com a prática e se apresenta efetiva enquanto ação de interesse estudantil.
“Os professores de diversas áreas como matemática, história, geografia, ciência, biologia, física, química lançam temas para a feira de ciências e os alunos da EJA se motivam a participar. Eles formam as equipes e cada uma desenvolve seu projeto científico para fazer uma apresentação. Esse ano tivemos 30 equipes, que apresentaram os mais diversos temas. O Moura estava há quase 20 anos fora da sala de aula e encontrou na nossa escola a motivação para permanecer, por conta dessa promoção do estudo prático”, expõe a coordenadora.