Alagoas
25.04.2022Pobreza menstrual é uma questão de saúde pública e afeta também o desenvolvimento escolar de alunas mais vulneráveis social e economicamente. Para que nenhuma estudante da rede estadual seja impedida de frequentar os estudos por causa do ciclo menstrual, o Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), criou o programa Meu Ciclo na Escola, que já faz a diferença na vida de mais de 22 mil alunas.
É o caso da estudante Lara Cristina, do 2° ano da Escola Estadual Afrânio Lages, de Maceió, que já deixou de ir à escola por não ter absorventes em casa. “Esse kit é de extrema importância para garantir que nenhuma menina seja prejudicada na escola por conta do período menstrual. Eu já fui uma delas e fico feliz em saber que isso não será mais uma realidade entre as mulheres da rede estadual”, conta.
Ana Júlia, de 16 anos, cursa o 2º ano do ensino médio na Escola Moreira e Silva, em Maceió, e é outra aluna beneficiada pelo programa. “Sinto-me valorizada. Escuto minha mãe e minha avó contando como na época delas a menstruação atrapalhava os estudos, pois não tinham dinheiro para comprar absorventes. Hoje, a situação é diferente. Sei que muitas meninas agora podem ter esse apoio e esse suporte”, ressalta.
O Meu Ciclo na Escola é a maior ação de combate à pobreza menstrual na história de Alagoas. A distribuição de kits de higiene feminina, compostos por absorventes, lenços umedecidos e sabonetes íntimos, garante que a menstruação não seja um obstáculo para frequentar as aulas, combatendo a evasão escolar.
O secretário de Estado da Educação, José Márcio de Oliveira, explica que a educação, especialmente na rede pública, deve ir além das questões pedagógicas. Ela também precisa constituir a rede de amparo social para os estudantes mais vulneráveis.
Ana Julia Personagem Meu Ciclo
“A educação não se faz apenas no espaço circunscrito da sala de aula. Na rede pública, em especial, é preciso ir além. Educação de qualidade se efetiva também com alto padrão alimentar, através da merenda; na atenção psicossocial e também em ações como o programa Meu Ciclo na Escola, que beneficia nossas alunas mais vulneráveis. Os estudos mostram que, em todo o país, as meninas na faixa dos 13 aos 18 anos costumam faltar de três a sete dias na escola por conta do período menstrual, justamente pela falta de acesso a itens de higiene íntima. É esse tipo de realidade que estamos buscando mudar em Alagoas, dando mais dignidade às nossas estudantes”, explica José Márcio de Oliveira.
Sobre o programa
Todas as mais de 300 escolas da rede estadual estão inclusas na distribuição dos kits de higiene íntima, que ocorre de forma individual, de acordo com a organização da própria unidade escolar. A entrega é feita de forma bimestral, e os gestores educacionais fazem o acompanhamento e classificação das meninas beneficiadas pela ação.