Sergipe
11.02.2021A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) realizou na manhã desta quinta-feira, 11, a cerimônia virtual de entrega do 2º Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher”, que nesta edição contempla a categoria “Meninas na Ciência”. Uma das alunas destacadas foi a jovem Nallanda Victoria dos Santos Martins, estudante do Colégio Estadual Doutor Antônio Garcia Filho, em Umbaúba. Ela foi uma das quatro premiadas com a Menção Honrosa.
A transmissão da entrega foi realizada por meio do canal do YouTube da SBPC e contou com a participação das sete cientistas que formaram a comissão julgadora. O evento teve início com um vídeo mostrando algumas estudantes de vários estados falando sobre como começaram a se interessar pela Ciência. O presidente da SBPC, Ildeu Moreira, parabenizou as vencedoras “deste prêmio, que tem como objetivo reconhecer e estimular a participação das mulheres na Ciência. Essa é uma área que precisa muito das meninas e das mulheres, que são uma esperança muito grande”.
Quem também participou do evento virtual foi Fernanda Sobral, vice-presidente da SBPC. “Queremos, com esse prêmio, estimular a carreira científica das mulheres. Surpreendeu-nos positivamente a quantidade de trabalhos qualificados. Essa premiação foi criada como uma homenagem a futuras cientistas de destacado talento. Acreditamos na importância de incentivar as meninas a se interessarem por essa área”, declarou.
Durante a cerimônia, a vice-presidente chamou cada uma das alunas para receber a premiação virtualmente. Em seu discurso, a jovem Nallanda disse que “a partir dessa premiação, outras meninas vão se sentir mais motivadas e poderão, sim, estar à frente da Ciência. E a escola pública é, sim, capaz de se destacar”. Ela explicou que o seu projeto, intitulado “Casa de farinha: da mandioca ao bioplástico”, foi desenvolvido por filhos de pequenos agricultores que plantam e cultivam a mandioca como fonte de subsistência com orientação da professora Darcylaine Martins.
“O projeto consiste em transformar as cascas de mandioca descartadas nas casas de farinha, transformando-as em recipientes biodegradáveis totalmente sustentáveis para substituir os saquinhos pretos que são utilizados nas estufas de nossa cidade. Eu, como filha de agricultores, desejo que as práticas agrícolas em meu município se tornem cada vez mais sustentáveis”, afirmou.
Prêmio
Criado em 2019, o Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher” é uma homenagem da SBPC às cientistas brasileiras destacadas e às futuras cientistas brasileiras de notório talento que leva o nome de sua primeira presidente mulher, Carolina Martuscelli Bori. A SBPC, que já teve três mulheres presidentes e cuja diretoria, em sua grande parte, é feminina, criou esta premiação por acreditar que homenagear as cientistas brasileiras e incentivar as meninas a se interessarem por este universo é uma ação marcante de sua trajetória histórica, na qual tantas mulheres foram protagonistas.
A cerimônia de premiação ocorre anualmente, alternando duas categorias – “Mulheres Cientistas” e “Meninas na Ciência”. Esta segunda edição premia a categoria das jovens cientistas do Ensino Médio e Graduação, cujas pesquisas de iniciação científica demonstraram criatividade, boa aplicação do método científico e potencial de contribuição com a ciência no futuro.
Ao todo, foram recebidas indicações de 286 candidatas, oriundas de 18 estados e 70 municípios de todas as regiões do país. A sergipana foi destaque com o trabalho “Casa de farinha: da mandioca ao bioplástico”, sob orientação da professora Darcylaine Martins, que se mostrou bastante feliz com a premiação da sua aluna. “Foram muitas as dificuldades para desenvolver o projeto, mas nossos alunos da rede pública são incríveis, especialmente os do Colégio Estadual Doutor Antônio Garcia Filho. Que essa premiação incentive outras meninas de Sergipe a se engajarem em projetos científicos e que os projetos desenvolvidos aqui no estado tenham mais visibilidade para que possamos mostrar o grande potencial dos alunos da rede pública de Sergipe. Quero agradecer ao pessoal do Serviço de Apoio ao Desenvolvimento Estudantil da Seduc, que acreditou no projeto e fez a inscrição de Nallanda Victoria para o prêmio Carolina Bori - Mulheres na Ciência”, declarou.