Novo Ensino Médio
17.07.2019Texto de Texto de Manuella Nobre
Alagoas avança na implementação do Novo Ensino Médio. As 176 escolas da rede estadual que já confirmaram sua adesão por meio do Programa PDDE Interativo e já receberam a primeira parcela do recurso destinado a este fim, têm recebido as normativas, formações e todo apoio técnico da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), desde o final do semestre passado, a partir dos núcleos instituídos para trabalhar o novo Ensino Médio e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Ouvir toda a comunidade escolar foi o primeiro passo dado, segundo explica Andreia Alves, gerente de Educação Profissionalizante e Ensino Superior da Seduc e líder do núcleo para o novo ensino médio, ligado à Superintendência de Políticas Educacionais.
“Este momento da escuta é muito importante, ouvir, tirar dúvidas, acolher sugestões, dos gestores, dos estudantes, que são os grandes interessados e que vão nos ajudar a promover estas mudanças. As escolas que fizeram adesão estão todas mobilizadas, elaborando as propostas de flexibilização de currículo escolar e ouvindo suas comunidades, para que a escola tenha, de fato, a cara do território onde está situada”, esclarece a gerente.
Ela também explica a importância do trabalho integrado entre os núcleos numa força-tarefa em prol das escolas. “A equipe da BNCC articula com a do ensino médio porque é um momento muito importante de construção e reelaboração desse referencial curricular, servindo de orientação para que as escolas contextualizem e elaborem as suas PFCs [propostas de flexibilização curricular]”, considera Andreia.
Em formação - Após distribuir os documentos norteadores com as escolas – as quais farão discussão similar com as suas comunidades - o passo seguinte dos técnicos da Seduc tem sido as formações. As primeiras, realizadas nestas duas últimas semanas, abrangeram alunos gremistas, 176 gestores escolares e técnicos das 13 Gerências Regionais de Educação (Geres).
“Reunimos os representantes dos grêmios escolares de todas as regiões para explicar este novo ensino médio e mobilizá-los para que envolvam outros estudantes que também precisam ser ouvidos na construção de propostas para uma uma escola com a qual eles se identifiquem, com um aprendizado efetivo e uma formação para o mundo contemporâneo”, explica Andreia.
Novo olhar - Na ocasião, os gestores aproveitaram os encontros também para esclarecerem dúvidas e trocarem experiências. É o caso dos diretores Michelle Lins, da Escola Fernandes Lima, Jeane de Souza, da Escola José Maria Correia das Neves, ambas de Maceió e João Carlos Borges, da Escola Claudizete Lima Eleutério, de Rio Largo.
“Começamos com uma formação para os professores e já deu para eles entenderem este novo formato.A partir daí, eles verão os alunos de outra maneira e os alunos também terão um maior prazer em aprender e já estão entendendo a proposta e seus benefícios. Eles já se percebem protagonistas”, revela Michelle.
Pensamento similar ao de Jeane, da Escola Correia das Neves. “Na nossa escola começamos os estudos com o marco legal, analisando todas as leis. Buscamos ouvir todos: professores, alunos, comunidade. Nossos professores foram de porta em porta, levando os questionários e orientando a comunidade do entorno da escola”, conta Jeane.
Para João, as formações com os gestores ajudaram esclarecer dúvidas. “Essa formação vai colaborar para que cheguemos nas escolas ainda mais seguros e prontos para sanar as dúvidas existentes. Já escutamos os alunos, alguns professores, alguns pais. Vamos marcar um encontro com os pais para aprofundar o tema”, revela João.
De olho nos prazos - As escolas que fizeram adesão ao Novo Ensino Médio terão até 31 de julho para inserir na plataforma do PDDE Iterativo sua proposta de flexibilização curricular. Estas propostas serão validadas posteriormente pela Seduc e, em seguida, pelo Ministério da Educação. A equipe da Suped continuará orientando e acompanhando estas escolas e caberá a esta mesma equipe validar ou sugerir alterações.
Ainda de acordo com a gerente Andreia, algumas ações como protagonismo juvenil e construção do projeto de vida serão contempladas neste segundo semestre, mas as propostas de construção dos ateliês pedagógicos e outras ações de flexibilização serão implantadas a partir de 2020.
O que é o Novo Ensino Médio? - De acordo com o Ministério da Educação, a Lei nº 13.415/2017 alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e estabeleceu uma mudança na estrutura do ensino médio, ampliando o tempo mínimo do estudante na escola de 800 horas para 1.000 horas anuais (até 2022) e definindo uma nova organização curricular, mais flexível, que contemple uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a oferta de diferentes possibilidades de escolhas aos estudantes, os itinerários formativos, com foco nas áreas de conhecimento e na formação técnica e profissional. A mudança tem como objetivos garantir a oferta de educação de qualidade a todos os jovens brasileiros e de aproximar as escolas à realidade dos estudantes de hoje, considerando as novas demandas e complexidades do mundo do trabalho e da vida em sociedade.