Volta às aulas presenciais terá ensino híbrido como complemento à aprendizagem

ensino híbrido

12.08.2021

As aulas presenciais da Rede Pública Estadual de Ensino já têm data marcada, e a partir do dia 17 de agosto muitas mudanças e aprendizados ocorrerão naturalmente. O Ensino Híbrido entra em cena no sistema de ensino como uma metodologia que ampara tanto as aulas presenciais quanto as não presenciais (remotas), possibilitando a aprendizagem em qualquer ambiente. 

Na sala de aula, o ensino presencial retomará a tradicional dobradinha professor e aluno no desenvolvimento das habilidades essenciais curriculares. A utilização dos recursos digitais permitirá a aprendizagem de modo a buscar autonomia e a estimular o protagonismo no próprio processo de aprendizagem, individualmente ou de forma coletiva, durante as aulas remotas. 

O diretor interino do Departamento de Educação da Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc), João Manoel de Faro Neto, explica que “o Ensino Híbrido é um modelo educacional que permite combinar atividades didáticas diferentes, para grupos de estudantes distintos, usando espaços e tempos diversificados. Essa modalidade mescla momentos presenciais e virtuais, atividades coletivas e individuais, síncronas e assíncronas, com exposição didática e/ou autoestudo. É híbrida a forma de educar baseada em conteúdos selecionados, instruções e recursos apresentados em suportes digitais, impressos etc. Na volta às aulas no formato híbrido devem ser especialmente planejadas as atividades dos professores, presenciais e não presenciais, em função do retorno dos estudantes ao ambiente escolar”, disse. 

O retorno às aulas presenciais envolve procedimentos de biossegurança e pedagógicos, disponíveis no Portal e Aplicativo Estude em Casa da Seduc. No âmbito das 58 escolas de ensino médio em tempo integral, as recomendações complementares perpassam sobre a divisão da carga horária presencial e remota, distribuição de aulas, como fica a parte diversificada, práticas educativas, acompanhamento, entre outras orientações.

De acordo com a coordenadora geral do Núcleo de Educação em Tempo Integral (Ngeti), Emanoela Ramos, o guia orientador aponta a conduta que deve ser adotada nas escolas. “Unimos todas as necessidades nessas recomendações, enfatizando a importância da parte diversificada a ser desenvolvida no formato presencial. No documento a gente colocou exemplos de como a escola se organiza no formato semipresencial, de organização de horários, além de uma sugestão de gestão desse retorno presencial para otimizar a rotina dos professores, alunos e equipe da gestão escolar, e também para as famílias entenderem como irá ocorrer esse retorno”, completou Emanoela.

Assim como as escolas de Ensino Integral, as demais unidades educacionais da Rede Pública de Ensino de Sergipe, que totalizam 324, terão o Ensino Híbrido como apoio complementar às aulas presenciais conforme a necessidade e dinâmica de cada uma dessas unidades. 

Diretrizes para a volta às aulas

O Guia Orientador é o documento base para auxiliar toda a comunidade escolar sobre a volta das aulas presenciais e pode ser acessado na seção intitulada "Retorno das atividades presenciais", no site da Seduc. Ele foi construído de forma colaborativa e versa sobre as orientações de funcionamento do Ensino Híbrido. Assim, cada unidade educacional organizará grupos de estudantes que deverão ter atividades presenciais durante uma semana, alternando com outros grupos nas semanas seguintes, desenvolvendo atividades remotas quando não estiverem em atividades presenciais .

“Durante uma semana, um grupo de estudantes “A”, na escola, desenvolve as atividades na sala de aula, presencialmente, subsidiados pelos professores, o segundo grupo, o “B”, em casa, acessa as plataformas, assiste às aulas gravadas, responde às atividades por área e registra dúvidas e apontamentos. Na semana seguinte, esses dois grupos invertem-se”, sugere um trecho do guia.

Escalonamento de turmas

No Centro de Excelência Dr. Edelzio Vieira de Melo, unidade que oferta o Ensino Médio em Tempo Integral localizada no município de Santa Rosa de Lima, território Leste sergipano, os estudantes estão mais habituados com o ensino remoto, o que resultará no estabelecimento do ensino híbrido em função do escalonamento de aulas a partir do dia 17 de agosto. Dos 218 estudantes matriculados, apenas 35 não estavam comparecendo às aulas remotas. Diante disso, o gestor Almir Pinto realizou uma busca ativa para resgatá-los. 

“Nós fizemos uma busca ativa e oferecemos aos 35 alunos a oportunidade de poderem desenvolver as atividades remotas na escola dia de quarta-feira ou mesmo levar o material didático impresso. Escolhemos o horário, que serão cinco horas de aulas presenciais no turno matutino, e, em seguida, os professores darão prosseguimento às atividades remotas no contraturno”, relatou Almir. 

Após a busca ativa, outras soluções e estratégias foram geradas pela equipe gestora da unidade Edelzio Vieira de Melo, a fim de viabilizar a aptdão de todos os estudantes para o ensino híbrido. Diante disso, um levantamento da unidade de ensino identificou que 75% desses alunos retornam para o ensino presencial concomitantemente com o ensino híbrido para a condução das aulas realizadas em formato de escalonamento. Isso significa dizer que a cada semana ocorrerá um rodízio de turmas que estarão presencialmente na escola enquanto outras estarão acompanhando as aulas remotas. 

Realidade semelhante acontece no Centro de Excelência Prof. Gonçalo Rollemberg Leite, unidade que também oferta o Ensino Médio em Tempo Integral, localizada no bairro Grageru, em Aracaju. Dos 748 estudantes, dentre os quais estão os matriculados no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, 80% serão inseridos no ensino híbrido. Segundo a gestora Liliane Pina, o escalonamento será feito por série. 

“Alguns dias na semana vem uma série, por exemplo, as turmas de 8º ano comparecem nos dias de segunda, quarta e sexta-feira. Enquanto o professor de português estiver ministrando aula no 8º ano A1, cujo número de alunos foi distribuído em duas salas, o professor de matemática estará no 8º ano A2 e depois eles trocam”, explicou Liliane. 

É importante destacar que a volta dos estudantes para a sala de aula está condicionada à autorização dos pais ou responsáveis legais pelos alunos menores de idade, por meio da assinatura do termo de manifestação de interesse disponibilizado pela escola, cujo modelo pode ser baixado no portal e aplicativo Estude em Casa.