A delegação do Tocantins encerrou, na última quinta-feira, 28, a participação nas Paralimpíadas Escolares 2025 com mais conquistas. Além das 17 medalhas, os tocantinenses levam na bagagem muita experiência e histórias para contatar. O maior evento mundial para pessoas deficientes em idade escolar foi realizado em São Paulo com a participação de estudantes de todo o país. No segundo bloco da competição, de 26 a 28 de novembro, os estudantes do Tocantins disputaram nas modalidades de natação, parabadminton, bocha e tênis de mesa. 

No último dia de disputas, a equipe voltou a se destacar na natação. Maria Flávia, da Escola Municipal Henrique Talone conquistou o ouro nos 50 metros livre - classe S5, mantendo o ritmo do início ao fim. Bruno Gabriel Damasceno, da Escola Adventista de Palmas também garantiu ouro nos 50 metros livre - classe S6, encerrando sua participação com evolução técnica notável. Yasmim Carvalho, da Escola Municipal Anne Frank, fechou os pódios da modalidade ao conquistar a prata nos 200 metros livre, classe S21. 

No parabadminton, Michel da Silva Sousa, estudante do Colégio Militar Jardenir Jorge Frederico, de Araguaína, e Elloah Santos Martins, da Escola Estadual de Tempo Integral Adeuvaldo de Oliveira Moraes, de Filadélfia, subiram ao pódio com o 3º lugar, celebrando um resultado importante em suas estreias nacionais.

Michel, tem 14 anos, e relatou sua experiência deixando uma mensagem de incentivo a outros estudantes com deficiência. “Comecei a praticar o badminton aos 11 anos. O esporte mudou a minha vida por completo. Eu sempre falo isso. Antes eu era um cara que não gostava de esporte, que não gostava de me relacionar socialmente. Eu falo pra quem não pratica esporte ainda, porque tem vergonha, que comece, porque vale muito a pena”.

No tênis de mesa, o Tocantins também ampliou o quadro de medalhas. Davi Alister, da Escola Estadual Elizângela Glória, em Palmas, conquistou o 3º lugar individual da classe 11, Categoria B. João Pedro Coimbrã, do Colégio Madre Clélia Merloni, foi campeão no individual da classe 8, Categoria A. Já João Emmanuel Moura, do Colégio Estadual Professora Ana Francisca Maranhão de Sousa, de Filadélfia, garantiu o 3º lugar individual masculino da classe 10, Categoria B.

Inclusão e superação 

Além dos resultados oficiais, o clima de superação marcou o encerramento da competição. Aline dos Santos,  mãe da atleta Amanda dos Santos Coimbra, uma das atletas estreantes, falou sobre a alegria da filha em competir nacionalmente. “Ela ficou extremamente feliz com a medalha simbólica e nós todos também ficamos felizes por ela”, relatou demonstrando o valor da inclusão e da participação esportiva para além das disputas. 

O professor e treinador do parabadminton, Sydeimar Silva também celebrou a participação da equipe da bocha, destacando o desempenho dos estudantes atendidos pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Araguaína. “Ver cada um deles evoluindo é uma alegria enorme. Trabalhamos não só técnica, mas autonomia e autoestima. O progresso deles em diversas áreas é visível na escola, no esporte e principalmente relatado pelas famílias. É um trabalho do qual me orgulho muito”, contou.

A chefe da delegação Thaís Gabrielle Martins, avaliou a participação do Tocantins como um marco para o esporte paralímpico tocantinense. “Encerramos esta edição com a sensação de dever cumprido e a certeza de que o paradesporto do Tocantins está no caminho certo. Além da descoberta de talentos no esporte,  cada medalha e o progresso de todos os nossos estudantes nos mostram que o esporte tem esse poder de transformar vidas. E o compromisso do Governo do Estado é fortalecer esse trabalho nas escolas para que ainda mais alunos tenham acesso a essas oportunidades”, enfatizou.

Apoio ao paradesporto

Os paratletas tocantinenses chegaram à fase nacional após participarem dos Jogos Estudantis Paradesportivos do Tocantins (Parajets), promovidos pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação (Seduc). A gestão estadual também reforça o esporte inclusivo por meio do programa Esporte na Escola, que garante carga horária específica para treinos, apoio pedagógico e recursos financeiros para modalidades como atletismo, bocha, natação, tênis de mesa, judô e parabadminton.

Núbia Daiana Mota /Governo do Tocantins