Ceará
31.08.2023A Secretaria da Educação (Seduc) recebeu, nesta quarta-feira (30), as equipes de estudantes medalhistas na Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB). A fase final do certame foi disputada no último fim de semana, em Campinas-SP. O encontro contou com a participação da secretária Eliana Estrela e dos secretários executivos Helder Nogueira, de Equidade e Direitos Humanos, e Jucineide Fernandes, do Ensino Médio e Profissional.
A reunião teve o intuito de celebrar as conquistas alcançadas pelos alunos, que foram apoiados por professores orientadores e pelas gestões das unidades de ensino. A principal agraciada da rede pública estadual cearense foi a Escola de Ensino Médio (EEM) Doutor César Cals, que conseguiu uma medalha de ouro e duas de bronze. Por sua vez, a EEM Adauto Bezerra retornou com uma prata.
Antes, a rede havia conseguido classificar 29 equipes de 11 escolas para a fase final do torneio. Ao todo, 87 jovens, junto com 21 professores orientadores, tiveram despesas com passagens aéreas, hospedagem e alimentação pagas pela Seduc. O Terceiro Colégio da Polícia Militar Tenente Mário Lima, que alcançou a maior pontuação entre as escolas públicas do Brasil nas etapas anteriores, teve os bilhetes aéreos do grupo providenciados pela própria Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), instituição responsável pela realização da Olimpíada.
Karen Lima, de 17 anos, é aluna da 3ª série na EEM Doutor César Cals. A estudante, que integra a equipe medalhista de ouro, afirma ter apreciado a dinâmica da ONHB. “Foi muito interessante a questão do trabalho em equipe, da fraternidade, da presença constante do professor orientador. Todos nos apoiamos muito, ao longo da passagem de cada fase, até chegarmos ao nosso objetivo”, salienta.
O estudante Victor Manuel Monteiro, de 17 anos, também aluno da 3ª série na EEM César Cals, voltou com medalha de bronze da ONHB e considera que a experiência foi uma “porta de entrada” para aprofundar os conhecimentos sobre os povos indígenas, tema principal da prova. “A forma como foram abordadas pautas como desigualdade, lutas, etnias, racismo e cartografia, foi muito boa para o nosso enriquecimento intelectual, como também como repertório sociocultural para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Sem dúvida, foi incrível, e se eu pudesse, faria tudo de novo”, destaca Victor.
Emily Mirela dos Santos, de 17 anos, colega de escola de Karen e Victor, também obteve medalha de bronze no certame e julga “indescritíveis” as vivências que teve em todas as fases da ONHB. “Desenvolvemos não só o lado pessoal, como também, o trabalho em equipe. O processo foi incrível, e só chegamos aonde chegamos, porque apoiamos uns aos outros. É a força da escola pública se mostrando. Além do mais, a luta indígena também nos afeta. Considero muito importante compreender a magnitude desse assunto, que envolve toda a sociedade brasileira”, ressalta Emily.
Tuanny Lima, de 16 anos, é aluna da 2ª série na EEM Adauto Bezerra. A jovem avalia que participar da ONHB foi uma experiência imersiva. “Tivemos seis fases antes da final e foi preciso ter persistência no processo. Nosso professor orientador estava sempre disponível para tirar as nossas dúvidas. Além disso, foi muito importante para nós, alunos de escolas públicas, conseguir chegar tão longe. A juventude precisa ter noção de que os sonhos são possíveis. Ir para outro estado me proporcionou uma boa bagagem, pude conhecer pessoas de todo o Brasil, e ter essa convivência foi muito enriquecedor”, descreve Tuanny, medalhista de prata no certame.
A secretária Eliana Estrela enaltece o sucesso obtido pelas equipes cearenses na ONHB. “É motivo de muito orgulho ver nossas escolas se destacando nesta competição, que tanto agrega para a formação acadêmica e social. Parabenizo cada estudante, professor e gestor pelo excelente desempenho”, frisa a secretária.
Um dos aspectos que marcaram a participação cearense na ONHB foi a cooperação entre equipes e escolas. Como relata a diretora da EEM Doutor César Cals, Ana Cristina da Costa, fez parte do processo preparatório a realização de aulões conjuntos, envolvendo duas ou mais unidades de ensino simultaneamente. Educadores de pelo menos três escolas colaboraram para a ação, ao longo das fases da Olimpíada. “Os professores se organizaram, deram orientações aos alunos e fizeram simulados, favorecendo a preparação coletiva”, explica.
EEM Doutor César Cals:
Professor orientador: Acácio Leandro Maciel Simões
– Equipe Epifania (medalha de ouro)
Agnes Pontes Ristau
Karen Jamilly Lima Rocha
Mariana Pereira Sanders
– Equipe Mistério do Planeta (medalha de bronze)
Brenda Silva Souza
Antony Jefferson Basílio Da Silva
Victor Manuel de Quadros Monteiro
– Equipe Alencar Bárbara (medalha de bronze)
Letícia Maria Lima de Carvalho
Maria Eduarda Coutinho de Castro
Emily Mirela dos Santos Lopes
EEM Adauto Bezerra
Professor orientador: João do Carmo Batista Júnior
– Equipe Cactos (medalha de prata)
Isabelle Costa Vasconcelos Vieira
Maria Karolina Alves de Oliveira
Tuanny Azevedo de Lima
A ONHB chegou em 2023 à 15ª edição, somou número recorde de inscritos e é considerada o maior projeto de extensão da Unicamp. Neste ano, foram 30,5 mil grupos participantes, contemplando um total de 120 mil pessoas. O número é o maior já registrado entre todas as edições e representa um aumento de 68% em comparação com 2022. Ao todo, foram 340 equipes finalistas.
Mais de 1,1 mil estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio de todo o país participaram da última etapa da ONHB. Conforme a organização da Olimpíada, foram entregues ao todo 15 medalhas de ouro, 25 de prata e 35 de bronze, além de troféus às escolas com grupos medalhistas e medalhas de honra ao mérito aos demais participantes.
A participação na ONHB ocorre em equipes formadas por um professor de História e três estudantes do Ensino Fundamental (8º e 9º anos) ou Médio de escolas públicas e particulares. Antes da fase final, houve seis etapas online – que foram realizadas entre maio e junho. Cada etapa teve uma semana de duração e previa questões de múltipla escolha e realização de tarefas.
O formato da prova oferece aos estudantes e professores a oportunidade de discutir temas que nem sempre são abordados em sala de aula ou estão presentes nos livros didáticos. O conteúdo apresentado nas questões permeia, além da História do Brasil, assuntos interdisciplinares, como geografia, literatura, arqueologia, patrimônio cultural, urbanismo, atualidades etc.
A Olimpíada também é uma importante ferramenta de ensino de História do Brasil, estimulando a análise crítica dos estudantes e contribuindo para a preparação deles para vestibulares, concursos e exames, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A ONHB é realizada com apoio do Departamento de História da Unicamp, do Serviço de Apoio ao Estudante (SAE) da Unicamp, da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec) da Unicamp e da Associação Nacional de História (Anpuh). Conta também com a participação de docentes universitários, alunos de graduação, mestrandos e doutorandos.
Bruno Mota - Textos
Carlos Pontes - Fotos
Ascom Seduc Ceará com informações da Assessoria de Imprensa da Olimpíada Nacional em História do Brasil