Sergipe
19.04.2022A Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc), por meio do Departamento de Apoio ao Sistema Educacional (Dase), está iniciando uma série de atividades voltadas à Cultura de Paz nas escolas estaduais. A ação está sendo desenvolvida pela equipe do Serviço de Projetos Escolares em Direitos Humanos (SEPEDH/Dase), que iniciou nesta terça-feira, 19, uma série de visitas às diretorias regionais de educação para divulgar as atividades. A primeira regional visitada foi a DRE 5, em Nossa Senhora das Dores, e contou com a participação de gestores escolares.
O evento foi aberto pelo diretor da Regional 5, João Luiz Andrade Dória, que destacou a necessidade dessa atividade. “Neste momento de retorno às aulas, infelizmente, tivemos alguns episódios de conflitos nas escolas. Então esta ação vem para que a gente possa criar uma cultura de paz e prevenir o surgimento de novos conflitos”, disse.
A chefe do SEPEDH, Adriane Álvaro Damascena, juntamente com sua equipe, conversou com os gestores escolares sobre as principais atividades realizadas pelo setor, que visam levar mais diálogo, além de minimizar e prevenir conflitos. Ela destacou que é preciso essas ações terem a adesão das escolas para que possam ser promovidas. Entre elas estão: formações, ciclos de construção de paz, a possibilidade de instalação de núcleos de mediação nas escolas, entre outras. “Tudo isso são ações que vão colaborando para que se tenha um clima escolar mais adequado para esse momento em que estamos vivendo, de retomada às aulas presenciais. Os alunos e profissionais de educação têm, nesse retorno, um desafio, que é a reestruturação das relações sociais”, afirmou.
Ela lembrou ainda que, paralelamente a isso, há também uma ação-piloto que será desenvolvida, na qual estagiários estudantes de psicologia começarão a visitar algumas escolas para promover rodas de conversa, ações de integração entre os estudantes e conversar sobre questões ligadas aos aspectos socioemocionais.
Dinâmica
Durante o encontro com os gestores escolares, a equipe do Serviço de Projetos Escolares em Direitos Humanos apresentou algumas ações desenvolvidas para ajudar no combate à violência nas escolas: Programa Saúde na Escola (PSE), o Núcleo Sócioemocional, e o Núcleo de Práticas Restaurativas e Mediação de Conflitos, entre outras, falando ainda sobre temas como a empatia e a comunicação não violenta.
Ainda durante o diálogo foram realizadas algumas dinâmicas de grupo com os participantes. Os gestores escolares falaram sobre as suas vivências relacionadas à comunicação não violenta e também apresentaram um objeto pessoal que tenha algum significado em suas vidas, compartilhando com todos a importância dessa troca.
A professora Ana Carla Barros do Bomfim, diretora do Colégio Estadual Manoel Alcino do Nascimento, de Graccho Cardoso, mostrou-se muito satisfeita em participar do evento. “Depois que a gente passou por esse período de pandemia, nos tornamos pessoas diferentes, nos isolamos mais um pouco. Estamos com essa necessidade de ter relação com o outro, e muitos dos nossos alunos, professores e colegas desaprenderam um pouco sobre a relação. Alguns retornaram um pouco mais agressivos, menos enturmados, fora dos grupos de amizade. Nós não temos um psicólogo todos os dias na escola para nos ajudar nesses desafios, então esse apoio que estamos recebendo da Seduc é de extrema importância”, declarou.
Opinião semelhante teve Fídia Lourrane Oliveira, diretora do Colégio Estadual Maria Montessori, no município de Feira Nova. “Creio que a pandemia trouxe o que estava trancado em casa para a escola. Muitos alunos tiveram pais que se separaram, entre outros problemas, e a gente recebe essa gama de transtornos psicológicos. Não temos psicólogos nem assistente social na escola. Então esta é uma ação válida e satisfatória que precisa ir para cada escola, pois todas têm uma realidade diferente”, afirmou.
Nadja Lima, diretora do Serviço de Planejamento e Ensino (Seplen) da DRE 5, destacou que essa atividade vem “ressignificar a atuação dos gestores para que eles se sintam mais fortalecidos para o enfrentamento a todas as situações de conflito que possam acontecer”.