Mato Grosso do Sul
23.04.2024Com objetivo de valorizar a cultura indígena de Mato Grosso do Sul, o Governo de MS, por intermédio da SED (Secretaria de Estado de Educação), promovem o I Festival de Bandas de Percussão e Fanfarras Indígenas ‘NZOPÚNE’ 2024. O evento inédito reunirá estudantes das três maiores etnias indígenas (Terena, Guarani e Kaiowá) e acontece no dia 27 de abril, das 7h30 às 17h, na Escola Estadual Indígena Natividade Alcântara Marques e na Escola Polo Municipal Indígena Alexina Rosa Figueiredo, ambas na Aldeia Buriti, no município de Dois Irmãos do Buriti.
O I Festival de Bandas de Percussão e Fanfarras Indígenas ‘NZOPÚNE’ 2024 – que na linguagem terena significa – ‘Meu Sonho’ – tem como missão, não apenas celebrar a riqueza e a vitalidade das tradições musicais indígenas presentes no Estado, mas como também, reconhecer o papel fundamental da educação e da cultura na construção de uma sociedade mais inclusiva e plural.
Ao todo, 19 bandas de percussão e fanfarras participarão do evento que contará com uma programação diversificada, incluindo apresentações musicais, exposições culturais, culinária, artesanatos e outras atividades relacionadas à cultura indígena.
O secretário de Estado de Educação, Helio Queiroz Daher explica que o evento tem o objetivo de estimular o fomento de bandas de percussão e fanfarras indígenas do Estado, “a missão é de promover aos integrantes, mediante a produção musical, uma experiência única e de incentivo às corporações musicais indígenas, como meio de preservar a cultura, língua e o grafismo indígena. O Festival realizará o intercâmbio cultural entre as comunidades dos povos originários de Mato Grosso do Sul e poderão mostrar as riquezas de cada etnia por meio de seus adereços como: cocar, tiara, roupas e pinturas”, enfatiza.
Para o gestor do NUAC (Núcleo de Arte e Cultura), professor doutor Fábio Germano, o festival pode ajudar a encontrar novos talentos para o universo da música, “quando pensamos em organizar o I Encontro Estadual de Bandas e Fanfarras Indígenas partimos da necessidade de promover e incentivar os talentos que existem nas escolas que estão localizadas em diversas aldeias do Estado. Assim, o Festival possibilita a intercultularidade e aproxima essas corporações para que possam mostrar através da arte as suas distintas manifestações artísticas, celebrando dessa forma a diversidade cultural dos povos originários de MS”.
Inédito
O professor do NUAC Gabriel Pigosso destaca que o evento será o primeiro do país nesta modalidade a reunir as três maiores etnias (Terena, Guarani e Kaiowá), oferecendo a oportunidade de cada etnia mostrar a sua cultura por meio da dança, das Banda de Percussão e Fanfarra tanto das escolas estaduais, municipais como das comunidades dos Povos originários.
“Esse Festival é de extrema importância, pois traz a pluralidade entre os povos Originários, por meio dos seus talentos músicos e percussionistas em Mato Grosso do Sul. Este é o primeiro festival nesta modalidade a ser realizado no Brasil. Ao mesmo tempo que o som dos instrumentos indígenas são emitidos, é possível compreender e reviver com o som da natureza, a conexão com os pássaros, a chuva, o trovão. Assim, a musicalização e socialização que o NUAC proporciona permite a cada estudante vivenciar essa experiência por meio da música e a quem assiste se conectar diretamente com a natureza por meio do som”, pontua Pigosso.
Etnia
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com oito povos indígenas (Guarani, Kaiowá, Terena, Kadiwéu, Kinikinaw, Atikun, Ofaié e Guató), Mato Grosso do Sul é o terceiro estado com maior população indígena do país. Ao todo, são 116 mil habitantes indígenas que estão presentes nos 79 municípios do Estado. Desta forma, os povos originários celebram a memória de seus antepassados, mantendo e passando suas culturas de geração em geração.
O I Festival de Bandas de Percussão e Fanfarras Indígenas ‘NZOPÚNE’ 2024 é uma realização da SUPED (Superintendência de Políticas Educacionais), COMESP (Coordenadoria de Modalidades Específicas) e do NUAC (Núcleo de Arte e Cultura), conta com o apoio da SETESC (Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura de Mato Grosso do Sul), FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul) e da FUNDESPORTE (Fundação de Esporte e Lazer de Mato Grosso do Sul) e com a parceria da FUNAI (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), FEBAFAMS (Federação de Bandas e Fanfarras de Mato Grosso do Sul), do ICMLJ (Instituto Cultural e Musical Leão de Judá) e as prefeituras de Dois Irmãos do Buriti e de Sidrolândia.
Adersino Junior, SED
Fotos: Arquivo NUAC