Amazonas
19.09.2025A Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar (SEDUC-AM), por meio do Departamento de Políticas Educacionais para Diversidade (DPDI) e do Centro de Formação Profissional Padre José Anchieta (Cepan), está promovendo, durante todo o ano letivo de 2025, uma série de atividades pedagógicas direcionadas ao corpo docente e discente da Escola Estadual da Floresta (EEF) José Loureiro da Silva, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, em São Sebastião do Uatumã (distante a 247 quilômetros de Manaus).
O projeto Escola da Floresta integra o Programa “Educa+ Amazonas”, lançado pelo governador Wilson Lima em 2021, e tem como objetivo principal transformar unidades de ensino em espaços de gestão democrática, de respeito à diversidade sociocultural, ampliando o olhar sobre a Educação Ambiental, Sustentabilidade e ensino tecnológico em comunidades ribeirinhas do interior do estado.
As formações tiveram início em abril e seguem até o mês de outubro, com a participação de diversas coordenações técnicas da Secretaria de Educação, entre elas a Coordenação de Educação do Campo, das Águas e das Florestas (CECAF); a Coordenação de Direitos Humanos e Diversidade (CDHD); a Coordenação de Educação Ambiental (CEA); o Centro de Mídias do Amazonas (Cemeam); a Gerência de Educação em Tempo Integral (DEPPE/NEI); e o Cepan.
“Estamos trabalhando com os projetos que foram disponibilizados no caderno de orientações pedagógicas da Escola da Floresta, produzido pela Secretaria de Educação. Também estamos trabalhando com projetos de Educação Ambiental voltados para a sustentabilidade, respeitando a diversidade dos nossos estudantes”, ressaltou o diretor do DPDI, Rafael Ferreira.
Ensinar e aprender
As capacitações foram divididas em duas etapas. Na primeira, realizada em abril, o diretor e os professores da unidade de ensino participaram de atividades voltadas para preservação do meio ambiente e atendimento pedagógico aos alunos de comunidades ribeirinhas. Além disso, o Departamento de Políticas Educacionais para Diversidade (DPDI) aplicou avaliações diagnósticas aos estudantes do 6º ao 9º ano, permitindo a identificação dos desafios de aprendizagem, especialmente em leitura e escrita, a fim de subsidiar ações de intervenção pedagógica para garantir maior participação nas provas do SAEB.
Os professores da Escola da Floresta participaram, também, de oficinas sobre o projeto “Minha Cultura, Minha Identidade”, que valoriza a diversidade cultural do Amazonas e incentiva práticas de ensino que promovam identidade, pertencimento e respeito às diferenças; oficinas de horta pedagógica e pomar agroflorestal; e oficinas de planejamento, abordando temas como educação em tempo integral, currículo integrado e estratégias para consolidar a proposta pedagógica da Educação do Campo.
“Na vivência, com a formação, estamos recebendo novas ferramentas para trabalhar em sala de aula, tornando as aulas mais práticas, lúdicas e participativas para os alunos”, afirmou o professor Adriel Ramos, um dos participantes das formações.
Ainda durante a primeira etapa, o Cemeam organizou a Sala Maker da unidade de ensino, orientando professores sobre o uso de tecnologias educacionais como robótica, impressora 3D, modelagem digital e ferramentas de programação em blocos. Além disso, estudantes e professores plantaram, coletivamente, espécies de plantas alimentícias e medicinais, e participaram do projeto Curta Ambiental, que resultou na gravação de vídeos sobre lendas e narrativas culturais da comunidade, promovendo a valorização da identidade local e a reflexão sobre questões ambientais.
Pedagogia do campo
A segunda etapa de formação, que teve início em setembro e segue até o mês de outubro, está sendo ofertada pelo Cepan e tem como tema “A formação no caminho da floresta”, abordando Métodos de Alfabetização, Letramento de Matemática e Linguagem e Tecnologias Educacionais aplicadas a Metodologias Ativas, Conhecimento de Ciências da Natureza e componentes curriculares de Geografia, História e Educação Física. As formações acontecem de forma presencial, com aulas expositivas, dialógicas e interativas.
“Para mim, a formação está sendo essencial para enriquecer a nossa pedagogia, que é diferenciada, uma vez que a escola trabalha com a pedagogia do campo, voltada à realidade dos estudantes. Essa formação veio para enriquecer ainda mais, principalmente, nas atividades”, disse a professora Cintia Machado.
As ações representam um avanço na consolidação de uma educação inclusiva, sustentável e culturalmente significativa. A Escola da Floresta é um marco no compromisso da Secretaria de Educação em garantir uma formação de qualidade, alinhada às diretrizes nacionais de Educação do Campo, das Águas e das Florestas, e conectada às realidades e riquezas da Amazônia. As atividades realizadas proporcionam momentos de ação-reflexão-ação, fortalecendo as práticas pedagógicas e estratégias de ensino diferenciadas, em conformidade com as diretrizes da educação e os princípios de equidade e igualdade.
TEXTO: Maria Eloá
FOTOS: Divulgação / Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar