"Repasse da União será decisivo", diz presidente do Consed sobre MP 746

Audiência Pública

22.11.2016

A comissão mista que discute o texto da medida provisória que reforma o ensino médio (MP 746/2016) promoveu nesta terça-feira (22) audiência pública para discutir o tema com secretários estaduais de educação, professores e especialistas.

Entre as principais mudanças da proposta estão a ampliação de 800 para 1400 horas a carga horária mínima anual do ensino médio. Na MP também está definido o ensino obrigatório de língua portuguesa e matemática, tornando optativas as disciplinas de Artes, Educação Física, Filosofia e Sociologia, e a criação da Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral.

No debate, especialistas em educação argumentaram que os recursos do Fundo Nacional de Educação Básica (Fundeb), um dos principais financiadores do ensino médio, são insuficientes para custear a reforma no longo prazo, e sugeriram que o Executivo aponte mecanismos de financiamento para a reforma em discussão no Congresso.

— Se a MP tivesse um dispositivo com essa garantia de financiamento, acredito que teria uma adesão maior e uma maior celeridade no processo de implantação nos estados. Do contrário, teremos uma proposta que vai ter um prazo bem mais extenso de implantação — sustentou o secretário de Educação de Pernambuco e presidente Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Frederico Amâncio.

Segundo ele, o repasse de recursos da União aos sistemas estaduais de ensino será decisivo para o sucesso da política de aprendizagem profissionalizante prevista na MP, com ênfase em cinco áreas (linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional).

Para o senador licenciado e atual secretário de educação do estado da Bahia, Walter Pinheiro, é preciso levar em conta a situação de cada estado, sendo que a maior necessidade é uma “reestimulação” do ensino médio.

A comissão mista deverá se reunir para votar o parecer do relator, senador Pedro Chaves (PSC-MS), na próxima quinta-feira (30). Antes, o colegiado deverá ouvir o ministro da Educação, Mendonça Filho


Com informações da Agência Câmara